Adesistas terão dificuldades para a reeleição

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Por: Luis Augusto Gomes

Faltando um ano e meio, parlamentares baianos dedicam-se a exercícios de futurologia e concluem que o próximo pleito vai ser muito difícil para os deputados estaduais que aderiram ao governo depois da eleição do governador Jaques Wagner. A premissa básica do raciocínio é que a atual correlação de forças na Assembléia Legislativa, com 48 governistas contra 15 da oposição, não será repetida nas urnas, “pois isso não aconteceu nem no tempo do carlismo”.

A atual oposição acredita que fará 23 deputados em 2010, numa perda aproximada de 25% em relação a 2006, quando foram eleitos 32. Outro dado fundamental na especulação é que o PT crescerá de dez para 16 parlamentares e que o PMDB irá de seis para 12. O PMDB elegeu seis contando com 24 prefeitos. A projeção é plausível quando se considera que o partido controla agora 115 prefeituras.

Quanto ao PT, terá candidaturas fortes para puxar votos, entre as quais se destacam as dos ex-prefeitos Joseildo Campos (Alagoinhas), José Raimundo (Vitória da Conquista) e Carlos Brasileiro (Senhor do Bonfim), além do todo-poderoso homem de comunicação da Petrobras, Rosemberg Pinto. Os cálculos indicam, portanto, que PT, PMDB e oposição elegerão, em conjunto, 51 deputados.

Sobram 12 cadeiras, sendo consensual a tese de que pelo menos sete têm donos certos pelo potencial eleitoral: Marcelo Nilo, atual presidente da Casa, Roberto Muniz, secretário da Agricultura, Reinaldo Braga, Ronaldo Carletto, Maria Luiza Laudano, Maria Luiza Carneiro e Luiz Augusto. Entre os que não são deputados, desponta o nome de Mário Negromonte Filho, apontado como pule de dez para a próxima legislatura.

As conjecturas levam em conta, ainda, os partidos chamados nanicos, mas de tradição eleitoral, como o PDT, PCdoB e PSB, o que deverá dificultar mais ainda a vida dos adesistas, a exemplo dos deputados Aderbal Caldas, Antônia Pedrosa, Eliana Boaventura, Pedro Alcântara, Luiz Argolo, Gilberto Brito, Paulo Câmera, Nelson Leal, Adolfo Menezes e Fábio Santana.

Prevê-se um bom desempenho para outros deputados da base governista, como Getúlio Ubiratan, de forte presença no Extremo Sul, além de Angela Sousa e Carlos Ubaldino, ligados à igreja Assembléia de Deus, Ângelo Coronel e Emério Resedá. Mas o grande problema dos que mudaram de lado será mesmo a legenda pela qual disputarão o pleito.

“Somente os do PP estão garantidos”, afirma um experiente deputado. Os demais estão espalhados em pequenos partidos que não vão assegurar-lhes quociente eleitoral para garantir suas vagas. Outro deputado acrescenta que a coligação com o PT poderia ser uma solução, mas aí são os petistas que não querem conversa, pois assim perderiam vagas que já são praticamente certas na Assembléia.

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia

 

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