Afinal, a tradicional feira livre de Euclides da Cunha foi transferida para o acabado Centro de Abastecimento situado as margens da BR 116.
A feira livre de Euclides da Cunha exerce, desde o século passado, um importante papel na cidade como acontecimento social, econômico e cultural. É conhecida como uma das feiras mais concorridas da região, atraindo, além da população euclidense, a população dos municípios vizinhos. Sua importância revela-se não apenas no âmbito econômico, como geração de renda e subsistência da população mais carente da cidade, mas pelo seu papel social, como meio de ocupação dos mais idosos e lugar de convívio da população.
Que a Feira de Euclides da Cunha precisava ser reordenada, não restam dúvidas. O açougue Municipal, por exemplo, de há muito funcionava em condições precárias e suas instalações já em processo de deterioração não ofereciam as condições de higiene necessárias e fugiam as normas de inspeção sanitária. O Ministério Público chegou a determinar um prazo para que o mesmo fosse desativado. A exemplo do Abatedouro Municipal que foi fechado, sem que até hoje fossem iniciadas as obras para a sua reativação. A população dependente desta atividade para a sua sobrevivência, se encontra sem alternativas e o abate clandestino de animais na região está correndo solto.
Como toda mudança, há opiniões favoráveis e desfavoráveis. Há de se indagar, portanto:
1. O local escolhido para a transferência da Feira, com a construção dos galpões as margens da BR 116 é o mais adequado?
2. Pelo tamanho que é a Feira de Euclides da Cunha, somente com a construção daqueles galpões, há condições de abrigá-la?
È sabido que todo o comércio de E. Cunha cresceu e a valorização dos imóveis em torno dele se deu justamente por causa da Feira. A transferência da feira não resultaria em grandes prejuízos para o comércio local, com lojas e empregos se perdendo. A valorização dos imóveis em torno da Feira não depreciariam muito?
Será que a comercialização de carnes e hortifrutigranjeiros se afastará do centro da cidade para os galpões as margens da BR 116. A população e os próprios comerciantes não vão criar mecanismos de defesas para que a comercialização não se dê através dos galpões.
Será que os índices de acidentes com veículos e pedestres não vão se elevar em função da necessidade de estar sempre se atravessando à pista de intenso movimento.
E o desconforto que haverá para a comunidade, pois atualmente todas as suas necessidades de compras são feitas em único lugar. Haverá duas feiras? Os poderes públicos irão proibir qualquer comercialização no sábado através de barracas no centro?
É esperar para ver.
Fotos: Revistavidabrasil.com.br
Leave a Reply