Por: Adriano Villela
O apagão de energia ocorrido entre a madrugada de quinta-feira para ontem foi duramente criticado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Em nota, o presidente da entidade e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, José de Freitas Mascarenhas, lembrou o alto custo da energia no país e o apagão de fevereiro do ano passado, que também trouxe prejuízos à indústria baiana. “Não é razoável conviver com essa situação, especialmente em um país que já ostenta um dos mais elevados preços de energia entre as nações industrializados”, reclamou.
Mascarenhas avalia que os dois apagões em dois anos consecutivos “desnuda a falta de gestão na realização de investimentos em manutenção e modernização dos equipamentos de proteção à eventuais falhas na área de transmissão de energia”. Enquanto isso, o setor produtivo acumula prejuízos. “Infelizmente a legislação não facilita a possibilidade de justa indenização às empresas prejudicadas por aquelas causadoras do problema”.
No comércio, ontem, por volta do meio-dia, o fornecimento de energia do Shopping Salvador foi interrompido por volta de meio dia, segundo relatos publicados na internet. A concessionária Coelba reconheceu o problema. “O fornecimento de energia interrompido hoje, às 12h07, no Salvador Shopping, foi restabelecido às 12h48. A coelba está investigando as causas da referida interrupção”.
Já no apagão que atingiu todo o nordeste – e mais uma parte de Tocantins e Pará -, não houve maiores problemas por ter acontecido à noite. O setor de serviços é mais atingido, a exemplo de restaurantes e casas de shows. “Quando amanheceu já estava normalizado, o comércio não teve prejuízo, mas o problema preocupa”, afirmou o presidente do Sindilojas, Paulo Motta. O lojista lembra que sem energia o comércio fica impossibilitado de processar pagamentos no cartão e acessar a internet. “A estabilidade no atendimento à demanda dos clientes fica prejudicada”, destacou.
A presidente Dilma Rousseff quer explicações efetivas sobre o apagão que afetou, na madrugada de hoje, o Norte e o Nordeste do País. Segundo fontes do governo, a presidente foi informada logo cedo pelo próprio ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, sobre o ocorrido e ficou bastante “irritada”.
De acordo com essas fontes, Dilma pediu ao ministro que cobrasse explicações das empresas envolvidas no episódio e Zimmermann, então, disse que já havia convocado a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para avaliar a situação. Dilma está monitorando o caso e recebendo notícias ao longo do dia sobre as providências tomadas e as investigações sobre o que teria provocado o apagão.
O tema preocupa muito a presidente. A orientação dada ao Ministério de Minas e Energia é para que a população seja informada sobre o assunto e também sobre as soluções para que o apagão não volte a se repetir.
O que surpreendeu o Planalto é que esse tipo de problema, ocorrido na linha de transmissão, normalmente é resolvido em uma hora e, no caso dessa madrugada, levou quatro horas para ser normalizado. No Planalto, ninguém está trabalhando com a hipótese de uma sabotagem.
Publicado na Tribuna da Bahia
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