Prefeitura diz que terceirizada é responsável por pagar trabalhadores. ‘R$ 200 não dá nem para cobrir o que eu compro fiado’, diz moradora.
Garis do município de Araci, nordeste da Bahia, afirmam que recebem entre R$ 200 e R$ 250 por mês para trabalhar. Eles contam que não têm carteira de trabalho assinada e que o valor é pago por uma cooperativa contratada pela prefeitura da cidade.
Josefa Lima de Andrade, de 45 anos, relata que, com os R$ 200 que recebe para limpar as ruas do distrito de João Vieira, mantém uma casa com cinco filhos e dois netos. “R$ 200 não dá nem para cobrir o que eu compro fiado. Não posso comer pra deixar meus netos com fome”, reclama.
“Às vezes a gente acorda e tem o café preto de manhã, sem um pão, sem um leite”, lamenta Juliana Lima de Andrade, 21 anos, uma das filhas de Josefa. Há ainda o relato de outros trabalhadores que contam receber R$ 250 para limpar o açougue da cidade.
Ueston Silva Pinto, secretário de Administração de Araci, diz que desconhece o valor recebido pelos garis e que a prefeitura não é responsável pelo serviço de limpeza, uma vez que ele seria gerido pela Coorperativa de Trabalhadores e de Serviços em Gerais da Bahia (Prescoop), de Vitória da Conquista. Segundo Ueston Pinto, a Prescoop recebe valor mensal de R$ 118.750 mil.
Procurada pela reportagem, a Prescoop informou que o funcionário responsável pela contratação estava em viagem. A prefeitura informou que vai investigar o caso.
“Ocorrendo o ato, comprovando a situação, a minha obrigação como secretário de Administração é abrir um procedimento administrativo e convocar a empresa para que ela preste esclarecimento”, prometeu.
Enquanto a situação não é resolvida, José Lima espera poder ter condições para melhorar a situação da sua família. “[Sonho com] uma geladeira, um fogão bom, uma televisão e dar uma vida melhor para os meus filhos. Espero que um dia Deus me ajude para que eu possa realizar esse sonho, não deixar meus filhos passando fome”, comenta.
Fonte: G1
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