As eleições de outubro

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Emilio Odebrecht
Presidente do Conselho de Administração da ODEBRECHT

Neste ano, tomaremos a maior das decisões que cabe aos cidadãos em uma democracia: eleger o presidente da República, os governadores dos estados e nossos representantes nas assembléias legislativas e no Congresso Nacional.

Irmos às urnas não pode ser visto como algo banal ou apenas como um ato obrigatório. Em democracias maduras, eleições, apesar de rotineiras na vida das pessoas, representam parte indissociável do mecanismo de organização e de gestão da sociedade.

Não podemos, portanto, ficar alheios ao pleito que se aproxima. Ao contrário, devemos participar ativamente porque a prática do voto livre oxigena o corpo do Estado democrático.

Por outro lado, a votação de outubro será mais uma boa oportunidade para testarmos o quanto estamos evoluindo em nossos critérios de escolha.

O eleitor brasileiro tem demonstrado que está cada vez mais atento à capacidade de realização dos candidatos e mais interessado em planos de governo bem elaborados do que no palavreado vazio dos demagogos.

Isso é indispensável porque a qualificação de um gestor público começa a ser demonstrada na formulação e na apresentação do que pretende fazer e nos compromissos que assume como um contrato entre ele, candidato, e o eleitor.

Um bom candidato é aquele que é capaz de definir prioridades e apresentá-las à população com lucidez e objetividade. Os recursos do Estado são sempre limitados e quem promete muito, geralmente não entrega nada.

Priorizar é fazer opções, hierarquizando de modo que se invista naquilo que, no momento, é mais relevante para o bem comum.

Tais prioridades devem estar elencadas em programas de trabalho que permitam ao eleitor julgar se são viáveis ou não.

Em minha visão, as plataformas de governo nas eleições deste ano deveriam contemplar o aprimoramento da educação, a redução do desnível social, melhoras consistentes no sistema de saúde, investimentos com eficácia em segurança pública, ampliação de nossa infraestrutura e melhoria da já existente.

Pode parecer muito, mas não há como ser diferente. O Brasil, apesar dos progressos das últimas décadas, ainda padece de graves carências que impedem que sejamos considerados um País desenvolvido. Precisamos fazer uma coisa de cada vez, porém todas ao mesmo tempo.

Para que as propostas de campanha não morram no papel após o período eleitoral, também cabe ao eleitor preparar-se para cobrar dos eleitos a transformação das intenções em atos e fatos geradores de novas riquezas que a sociedade como um todo possa compartilhar.

Transcrito do Jornal ATARDE – Edição de 21/02/2010

 

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