Brasil deveria criar estrutura para receber vacina da Pfizer, dizem especialistas

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O desafio logístico para a distribuição da vacina contra Covid-19 da Pfizer, que necessita de conservação a -70ºC, não é um impeditivo para a compra das doses, na avaliação de especialistas consultados pelo GLOBO. A situação, afirmam, é comparável à compra dos respiradores no começo da pandemia. Planejamento, investimento e prioridade política poderiam aproximar o Brasil do imunizante , que já foi aprovado para uso emergencial no Reino Unido.

“Nenhum país tinha uma estrutura pronta para receber e distribuir vacinas a -70ºC. Mas com planejamento é possível. É complexo, mas todos os países estão fazendo”, explica Gonzalo Vecina Neto, sanitarista da USP e fundador da Anvisa. O Ministério da Saúde tem sinalizado que a questão logística afasta o produto da Pfizer do perfil desejado pela pasta.

Os detalhes são importantes. A entrega das doses em diversos pontos do país ajudaria o governo a distribuí-las. Também seria preciso incentivar a construção de ultra-freezers capazes de conservar o imunizante. Em outros países, a corrida pelos freezers ultra-frios já começou. A Ford anunciou que vai produzi-los nos Estados Unidos.

Oferta na mesa: a Pfizer corre para fechar acordo com o governo brasileiro e dá cerca de uma semana para concluir as negociações. Executivos da empresa afirmam ter solução para a questão logística, usando uma caixa especial de refrigeração por gelo seco. A empresa já tem acordos com países com condições de desenvolvimento semelhantes às dos Brasil, como Chile, Peru, Equador, Panamá, México e Costa Rica.

O que foi dito: o presidente Jair Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre a imunização contra a Covid-19. “Se tiver um efeito colateral ou um problema qualquer já sabem que não vão cobrar de mim”, disse a apoiadores.

Calendário: o Reino Unido e a Rússia vão começar a vacinação na semana que vem. O governo brasileiro planeja a campanha para março.

Panorama: o Brasil registrou 48.107 novos casos de Covid-19 ontem, elevando o total para 6,4 milhões, e se aproxima de 175 mil mortes na pandemia. A média móvel de óbitos foi de 533.

Fonte:  O GLOBO

 

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