Um terço da população (29%) acredita que o desemprego é a principal causa da pobreza no Brasil, seguido pela dificuldade de acesso e má qualidade da educação (18%) e pela corrupção (17%). É o que aponta estudo divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a percepção da pobreza, que entrevistou 3.796 pessoas em agosto deste ano.
De acordo com o Ipea, apenas 6% acreditam que programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, ajudam a resolver o problema.
Para a maioria dos entrevistados, os motivos que levam a um baixo nível de renda são de natureza estrutural e não individual. Apenas 3% dos entrevistados apontaram como causa da pobreza a preguiça ou comodismo.
Entre as soluções para melhorar a renda da população, a mais mencionada foi a criação de empregos (31%) e a melhoria da qualidade da educação (23%). Entretanto, 49% dos entrevistados concordam com a tese de que o Brasil não vai erradicar a pobreza.
Sobre as medidas que o governo poderia tomar para reduzir o problema, o aumento dos salários foi a resposta mais mencionada (19%), seguido do estímulo para que as empresas contratem os mais pobres (11%) e do apoio a pequenos agricultores (9%).
De acordo com a análise técnica sobre os dados do estudo, o Estado tem, na opinião popular, um papel a cumprir para superar a pobreza, seja no sentido de incentivar mais empregos na economia, seja pela oferta de uma educação de melhor qualidade, como sugerem as duas opiniões mais frequentes entre a população.
A pesquisa indica ainda que há diferenças na percepção da população sobre causas e soluções da pobreza, dependendo do nível de renda do entrevistado. Entre a parcela mais pobre, que ganha menos de um quarto do salário mínimo, mais de 40% apontaram o desemprego como principal motivo para o problema.
Já a parcela mais rica da população, com rendimento acima de cinco salários mínimos per capita, enxergam a dificuldade de acesso à escola e a má qualidade da educação como principais causas da pobreza (38,5%), seguidos pela corrupção (18,5%) e pelo desemprego (15,4%).
Fonte: Agência Brasil
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