Uma característica específica desta eleição tem sido a atuação de candidatos a deputado estadual e federal com muita “bala na agulha”, ou seja, com uma enorme capacidade financeira, que vêm invadindo redutos eleitorais e desmanchando esquemas antigos em dezenas de municípios. Ainda na tarde desta quinta-feira, encontrei um candidato que me deu um testemunho muito interessante a respeito.
Militante antigo das esquerdas baianas, esse candidato lembrou que começou sua vida na cena política enfrentando concorrentes da direita que distribuíam dinheiro como forma de garantir apoio e votos. Nesta eleição, ele diz que, pela primeira vez, está enfrentando o mesmo tipo de concorrência só que de companheiros da sua base aliada, especialmente de alguns que ex-sindicalistas e ex-integrantes do governo. Além, é claro, dos tradicionais concorrentes endinheirados.
Sem querer citar nomes, por conta dos seus compromissos com a base aliada, ele citou o exemplo de um sindicalista, candidato a deputado federal, que chegou a Ilhéus, na última semana, a bordo de um helicóptero. E de um outro que, segundo lhe confidenciou um seu ex-cabo eleitoral (cooptado, é claro), já teria fechado um esquema garantindo o pagamento de R$ 10 mil, somente para o trabalho de boca de urna, em dez municípios, com um gasto, portanto, de R$ 300 mil só para o dia da eleição.
E o candidato encerrou a conversa, perguntando: “Como é que podemos concorrer com algo assim? E de onde está saindo este dinheiro?”.
Do comentarista Paixão Barbosa – ATARDE online
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