Nesses tempos muito (mas muito mesmo) ricos em especulações ganha espaço a possibilidade, não anunciada mas insinuada, de que o senador César Borges (PR) faça parte da chapa encabeçada pelo governador Jaques Wagner, ao lado do ainda conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Otto Alencar, deixando de lado, portanto, as conversas que tem mantido com o PMDB e com o DEM e PSDB. Pessoalmente não acredito nesta hipótese, embora já tenha dito aqui mesmo que em política tudo é possível.
Mas, quem tem um tempinho para parar e pensar no cenário político, vai entender que o fato de César Borges e Jaques Wagner se encontrarem cordialmente em eventos públicos e de ambos não descartarem uma possível aliança (segundo dizem, o governador até mostrou-se interessado) faz parte do jogo político e que o estranho seria estar acontecendo o contrário. Que políticos seriam Wagner e César se negassem, a 11 meses da eleição, qualquer possibilidade de aliança? Ou se estivessem se negando a trocar cumprimentos em público?
Devido, porém, a algumas condicionantes, o senador não deverá firmar aliança com o PT, muito embora todos saibamos que uma ala do seu partido está louquinha para cair de vez nos generosos braços e colo governistas. Cito algumas, que considero interligadas entre si:
Primeiro, porque o eleitorado simpático a César Borges é justamente o que combate, e é combatido pelo PT, há algumas décadas e poderia rejeitar sua opção; Segundo, porque o senador sabe que iria correr o sério risco de ficar como o patinho feio na chapa governista, abandonado ou deixado de lado pelas forças e lideranças do PT, tendo que carregar sozinho o piano da sua eleição; Terceiro, porque o PT estadual não iria engolir facilmente o fato de abrir mão de uma vaga para o Senado (já que a outra estaria comprometida) e justamente para um adversário tão tradicional; Quarto, porque o próprio Borges se sentirá muito mais à vontade numa chapa onde ele seja uma das estrelas, não um mero figurante, o que aumentaria suas chances de eleição, independentemente do resultado eleitoral do candidato ao governo.
Existem, ainda, outras razões pelas quais eu considero que esta possibilidade não passa de especulação, mas ficaria cansativo citá-las todas. Se necessário, volto ao assunto.
Análise do comentarista Paixão Barbosa – ATARDE (fonte)
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