Estados e municípios começam a se pautar pelo sucesso do lockdown em experiências dentro e fora do Brasil, e cientistas defendem a adoção urgente da restrição máxima à circulação para frear a pandemia. Os pesquisadores afirmam que o desafio é adotar uma estratégia impopular de forma ampla sem o apoio do governo federal. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o lockdown “não pode ser política de governo” e só deve ser usado em “situações extremas”.
Nos últimos dias, Araraquara (SP) conseguiu reduzir a transmissão do coronavírus com o lockdown. Belém (PA), São José do Rio Preto (SP) e Ribeirão Preto (SP) e o estado de Minas Gerais também adotaram medidas mais duras.
Hoje, o governo de São Paulo informou que cerca de 30 municípios optaram por adotar regras mais restritivas do que as impostas pelo estado. A prefeitura de Campinas tenta coordenar a adoção do lockdown com 20 municípios da região.Veja em infográfico com imagens 3D como o lockdown funciona.
Em paralelo: no Rio, o governador em exercício, Cláudio Castro, decidiu estender as medidas em vigor por mais duas semanas. E a prefeitura da capital fluminense afirma que pretende abrir novos leitos: a cidade atingiu 94% de ocupação nas UTIs. “O cenário está mudando muito rápido” , disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
O que foi dito: o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, pregou a ampliação da vacinação contra a Covid-19 e a melhoria da rede hospitalar como caminhos de curto prazo para combater o coronavírus. Também defendeu políticas de distanciamento social e o uso de máscara, em uma mudança de tom em relação ao ministro Eduardo Pazuello, de saída da pasta.
Com o foco nos dois temas, Queiroga pretende ficar à margem de polêmicas sobre temas caros ao presidente Jair Bolsonaro, como o uso de cloroquina e a insatisfação com as restrição à circulação. No entanto, ele já recebeu pedido de governadores para coordenar medidas nacionais.
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FONTE: O GLOBO
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