O Brasil é o novo epicentro global da tragédia da Covid-19. Ontem, um dia antes de completar um ano em que a pandemia foi oficialmente decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o país registrou doença. Até então, os Estados Unidos eram o único país que havia ultrapassado a marca num único dia, sem que houvesse problemas no fluxo de dados. Os EUA, porém, estão em tendência de queda, e, neste momento, o Brasil supera os americanos também no número de novos casos diários e na média móvel semanal de óbitos.
Vivendo o auge da crise sanitária, o país passou de 2 mil mortes diárias pela primeira vez e perdeu quase cem pessoas por hora — o Brasil foi responsável por 31% dos óbitos por Covid-19 no mundo ontem. Enquanto isso, a maior parte do planeta começa a ver um horizonte menos sombrio com as vacinas e a redução do passo da pandemia.
A crise era esperada, afirma a microbiologista Natalia Pasternak. “A gente está colhendo as consequências de Natal, Ano Novo, férias e Carnaval, um em cima do outro, com as pessoas se expondo mais”, diz.
A direção da Organização Panamericana da Saúde (Opas) demonstrou preocupação com a situação brasileira. Pesquisadores vem reforçando os pedidos de rigor máximo em medidas de lockdown e apontam fracasso na resposta do governo federal à pandemia.
Repercussão no governo: o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, divulgou vídeo em que diz que o momento é grave, mas que o sistema de saúde não vai colapsar. Declarou ainda que a vacinação segue “rapidamente”.
O que está acontecendo: a Fiocruz alertou, no entanto, que 25 das 27 capitais brasileiras atingiram patamar crítico de ocupação de leitos de UTI para a doença, acima de 80%. Dezenove estados, além do Distrito Federal, também superam a marca de alerta.
Em paralelo, o número de vacinas previstas para serem repassadas aos estados neste mês segue caindo. O cronograma do Ministério da Saúde chegou a indicar 46 milhões de doses, mas vem sofrendo sucessivas baixas. Ontem, Pazuello afirmou que estão garantidas entre 22 e 25 milhões de doses.
STF tenta superar impasse envolvendo casos sobre Lula e Moro
Os ministros do Supremo Tribunal Federal debatem intensamente como superar o impasse criado com a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a retomada do julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro — a Corte pode proferir decisões conflitantes sobre os processos do ex-presidente na Lava-Jato. O presidente do STF, Luiz Fux, tenta orquestrar uma estratégia, e há dois cenários entre as opções consideradas.
Fonte: O GLOBO
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