O Brasil vive um escalada de mortes pela Covid-19. Em um mês, o país superou, sucessivamente, recordes de óbitos diários: 2 mil em 10 de março, 3 mil no dia 23, 4 mil ontem. Foram 4.211 vidas perdidas em 6 de abril, o dia mais letal da pandemia de coronavírus no país até agora.
A marca foi alcançada em meio à alta de casos e ao aumento na taxa de letalidade pela doença. Diante desse cenário, o Observatório Covid-19 da Fiocruz alertou que a pandemia pode permanecer em nível crítico ao longo de abril, o que prolongaria o colapso no sistema de saúde do país. Os pesquisadores defendem adoção de medidas de bloqueio e lockdown.
Mesmo com o agravamento da crise sanitária, o governo se mantém contrário às restrições. O presidente Jair Bolsonaro criticou as medidas adotadas por estados e municípios e ironizou ser chamado de “genocida” pela atitude diante da pandemia, que já matou 337.364 pessoas no país.
Em paralelo: a Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do projeto de lei que flexibiliza a compra de vacinas contra a Covid-19 por empresas. A proposta muda lei votada no mês passado para permitir imunização de empresários e funcionários e reduz à metade a obrigação de doar ao SUS 100% da doses adquiridas pela iniciativa privada.
O que está acontecendo: médicos relatam como a variante brasileira P1 piora a evolução dos infectados. “O paciente que está conversando com você pela manhã, à tarde já está com insuficiência respiratória e à noite, intubado”, diz Eliana Honain, secretária de Saúde de Araraquara (SP), cidade onde 93% das infecções já são causadas pela cepa.
STF julga se prefeitos e governadores podem proibir cultos e missas na pandemia
O Supremo Tribunal Federal julga hoje a ação que trata da abertura de igrejas e a liberação de cultos durante a pandemia. A Corte terá de fixar entendimento sobre o tema após decisões opostas dos ministros Kássio Nunes Marques e Gilmar Mendes. A tendência é que o plenário reafirme a autonomia de estados e municípios para estabelecer medidas restritivas. Ontem, um grupo de parlamentares evangélicos pediu ao presidente do STF, Luiz Fux, para adiar o julgamento.
Outro olhar: a pandemia e as restrições à realização de cultos presenciais provocaram dificuldades financeiras às entidades religiosas, afirmam líderes católico, evangélico, judaico e muçulmano.
FONTE: O GLOBO
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