Por: Jaime Cícero (*)
Já estou cansado de me indignar toda semana com tantas reportagens sobre corrupção. Mas sei que só me indignar não adianta, é preciso fazer mais, é preciso se organizar, necessitamos de novas lideranças que consigam transmitir segurança e esperança à nossa população.
O brasileiro parece estar de mãos atadas, pois deixamos para trás a ditadura militar para vivermos hoje na “ditadura dos corruptos”. A diferença entre as duas é que a ditadura atual está revestida de uma aparente legalidade, roubam os cofres públicos sem a menor preocupação, como se tudo ocorresse na maior normalidade.
A minha maior preocupação é pensar que as grandes falcatruas não são descobertas, e aí nos deparamos com um grande ralo de desvio do dinheiro público que faz adoecer a saúde pública, comprometer a educação e destruir o sonho da habitação de muitos brasileiros. O resultado de tudo isso é o grande assalto tributário, cuja conta adivinhe quem paga?
Somos levados às urnas constantemente em nome da democracia e, talvez, de forma inocente alimentamos esse “monstro cínico” que é a corrupção. E, por medo, quando precisamos nos manifestar contra os políticos corruptos, nos escondemos, ficamos em casa, só assistindo. Será que é melhor fazer vistas grossas em vez de manifestarmos nossa indignação?
Sempre fui bem informado, entretanto, como muitos cidadãos, tenho feito vistas grossas quando o assunto é a corrupção, mas chega um momento em nossas vidas que precisamos tomar uma decisão, fazer alguma diferença ou então seremos apenas mais um a só indignar-se. A tarefa de combater essa nova ditadura é nossa, precisamos dar um verdadeiro grito de independência.
Cidadãos que trabalham, estudam, pagam impostos exorbitantes e ficam enfraquecidos diante de “homens da lei” corruptos. Vivemos constantemente ameaçados pela corrupção, por isso é preciso que a indignação floresça e dê frutos maiores nesse ambiente sujo, que se torne um movimento pela democracia, pela liberdade, pela moralidade.
Brasil, até quando vamos permitir que ladrões e assaltantes vestidos de trajes finos consumam as riquezas de nosso país? Todos os dias vêm à tona nos noticiários as fraudes nos órgãos públicos, e nada acontece. Nos Ministérios há uma dança de cadeiras e de interesses, onde parece mais uma disputa para ver quem é mais corrupto: começou pelo Ministério dos Transportes, aí veio o Ministério do Turismo, depois o Ministério da Agricultura e como se já não bastasse, surgem também agora denúncias de fraudes nos órgãos que deveriam fiscalizar os outros e impedir que estes cometessem fraudes e desvio de dinheiro público (dinheiro nosso!!!) agora também é suspeito !!! Ou seja, colocaram o rato para tomar conta do queijo.
O primeiro passo de consciência do nosso papel e da nossa importância está no nosso poder de voto: único momento em que não sofremos discriminação, se é pobre ou rico, negro ou branco, o voto de cada um tem o mesmo peso e valor. É nesse momento que delegamos para outras pessoas o direito de tomar decisões sobre nossas vidas: como será a educação de nossos filhos, o tratamento de saúde oferecido à nossa família, a segurança de nossos lares, a oferta de emprego e a assistência ao idoso.
Particularmente, o que sinto é um misto de vergonha, revolta, tristeza e medo porque sei que podemos fazer bem mais. Acho que boa parte da população já está revoltada, mas a outra parte se mantém acomodada e continua elegendo maus políticos. É preciso mudar. Corrupção, até quando?
(*) Jaime Cícero- Funcionário público, cursando o último semestre da faculdade de Gestão Pública.
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