Covid acelera no país, e medidas de isolamento voltam a ser discutidas

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A pandemia de coronavírus volta a assustar os brasileiros com o aumento do número de casos e de mortes em 14 estados de todas as regiões. Em alguns locais, os registros chegaram a triplicar nos últimos dias. Rio de Janeiro e São Paulo fazem parte do grupo em que o contágio está acelerando.

Ontem, a média móvel de mortes no país foi de 577, resultado 45% maior que 15 dias atrás. O registro de casos subiu ainda mais, 71%. O Brasil contabilizou 676 novos óbitos — já são 166.743 vidas perdidas — e 32.262 novos casos, chegando a 5,9 milhão de infectados. Segundo o Imperial College de Londres, a taxa média de transmissão da Covid-19 no país subiu para 1,1 na última semana.

Em detalhes: o Rio voltou a ter aumento significativo na média de mortes, de 49%. A tendência de contágio no estado é a maior dos últimos 50 dias. Enquanto isso, na capital fluminense, que concentra os registros de óbitos e casos, a rede pública de saúde atingiu 80% de ocupação dos leitos de UTIs e 73% de enfermaria.

Em São Paulo, estado que registra alta de 90% nas mortes, o governo prorrogou a quarentena pela 14ª vez, até 16 de dezembro, mesmo levando adiante medidas para a reabertura da economia. A Secretaria de Saúde admite adotar ações mais rígidas caso os indicadores continuem crescendo.

O que pode acontecer: especialistas em saúde pública alertam que os municípios em condições mais críticas devem reforçar o isolamento social. A microbiologista Laura de Freitas, da USP, afirma que algumas áreas do país já deveriam determinar medidas mais rígidas: “A gente está vivenciando a escalada dos casos, o ideal é fechar agora para não piorar e sobrecarregar hospitais”.

A iniciativa, perto do fim do ano, poderá ser recebida com resistência pela população. Paulo Petry, da UFRGS, diz que as pessoas “cansaram da pandemia” e que a chegada do verão provocou aglomerações.

Efeito colateral: a piora da epidemia no Brasil pode acelerar os testes clínicos da CoronaVac, afirma o diretor de pesquisa do Instituto Butantan. O estudo precisa atingir uma quantidade mínima de casos entre voluntários para apurar a eficácia do imunizante.

Fonte: O GLOBO

 

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