Partiu do PCdoB, um partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff, as mais duras críticas, até agora, feitas à política diferenciada que o governo federal tem dado à Bahia. O deputado federal Daniel Almeida, que é presidente do partido na Bahia, ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados no fim da noite de terça-feira (13) e fez um contundente discurso apontando a perda de espaço dos baianos no primeiro escalão da administração federal.
“Em novembro, a Bahia tinha o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, não tem mais; tinha o presidente da Petrobras, não tem mais; tinha o ministro das Cidades, também não tem mais; tinha o ministro do Desenvolvimento Agrário, também não tem mais”, afirmou, no discurso.
E ainda acrescentou: “O líder do governo na Câmara faz política em São Paulo, mas é um baiano, tem relações com a Bahia. O meu companheiro Vaccarezza também já não é mais líder do governo”.
As críticas de Daniel Almeida, que é também vice-líder do PCdoB na Câmara, não pararam por aí. O deputado elencou os órgãos federais nordestinos que não são liderados por baianos. “Temos cinco órgãos nordestinos: o DNOCS, a Sudene, a CHESF, o Banco do Nordeste e a Codevasf. Em nenhum deles tem gente da Bahia na direção”, reclamou.
O deputado comunista também cobrou a ausência de prioridade na liberação de recursos e na aprovação de projetos e reclamou atenção da política nacional para com as necessidades do estado.
Daniel lembrou que na eleição de 2010, a presidente Dilma Rousseff obteve na Bahia, que é a quarta população do Brasil, 2,7 milhões de votos a mais do que o segundo colocado. “Em termos absolutos, foi a maior vitória, a maior expressão no resultado eleitoral”, ressaltou.
Ele fez questão de lembrar que o Estado tem demandas que correspondem a sua dimensão. Cobrou a liberação de recursos do PAC, previstos no Orçamento da União, para a ampliação do porto de Salvador e dos aeroportos de Conquista, Barreiras e Salvador, que ainda não foram liberados.
O deputado questionou também a diferença no tratamento que é dado pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” nas cidades de Juazeiro e Petrolina. Segundo o parlamentar, os valores investidos por moradia diferem de um estado para o outro. “Em Pernambuco, R$ 56 mil; na Bahia, R$ 50 mil, numa realidade idêntica”, afirma. Nas duas cidades os valores com a mão de obra, os equipamentos, o material de construção, o valor do terreno, são os mesmos. “Por que essa diferença?”, questionou.
Por fim, Daniel fez um apelo à presidente, para que olhe para o estado com mais carinho. Ele ressaltou que os baianos têm carinho, apreço, confiança, gostam e creditam na presidente Dilma. “Nosso povo espera que esta situação mude. Que tenhamos a atenção merecida. Precisamos dar à Bahia, o que a Bahia merece”, concluiu o parlamentar.
Fonte:bahiatodahora
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