Por: João de Tidinha
Em entrevistas concedida por Antonio Paranhos (foto acima), conhecido como “Galeguinho”, no Programa Jornal da Cidade, ele comenta que foi intimidado por algumas pessoas após ter apontado (nesse mesmo programa) os diversos “absurdos” praticados pela gestão municipal atual. Segundo ele, após a sua entrevista, recebeu alguns telefonemas por parte de pessoas que vieram com ameaças, dizendo que a prefeita estava tomando providencias para processá-lo por ter ido à rádio.
Ora, entrar com um ação judicial é um direito de qualquer pessoa que se sinta ofendido. Agora, usar tal direito como forma de ameaça aos cidadãos, tentando intimidá-los com o seu poder econômico e político, isso é realmente inaceitável e é mais um “absurdo” a ser apontado no nosso Muncípio.
Galeguinho, além de poeta e escritor, é uma pessoa destemida que tem opiniões próprias e já deu várias contribuições ao nosso Município como Diretor de diversos órgãos da administração pública, tais como: meio ambiente, limpeza pública, centro médico, etc. As suas críticas à gestão atual do Município estão sempre suportadas por fatos ocorridos, não contendo qualquer ofensa pessoal que possa justificar reações dessa natureza, com ameaças ou intimidações. Nas referidas entrevistas, o Galeguinho relatou alguns “absurdos” que ocorrem no nosso Município, tais como:
1. Exemplos da falta de planejamento e de descaso da prefeitura: (a) as pessoas estão caindo no piscinão do jardim por falta de grade; (b) as pedras nas calçadas e no centro da cidade estão dificultando o transito das pessoas; (c) as placas das barreiras e as pedras nas ruas, como na rua Major Antonino, inviabilizam o acesso dos veículos de serviços, tais como caminhões de lixo, bombeiro, etc.
2. Nas praças não existem quiosques de serviços nem possuem bancos suficientes para os frequentadores.
3. No Município não existem indústrias para geração de empregos e renda para a população.
4. As ruas da periferia estão intransitáveis. Nelas somente pode se andar de Pajero (carro de rali), pois com carro pequeno não tem condições.
5. As mães estão indo para creche cuidar de seus próprios filhos, como “voluntárias”, pois não tem funcionários para tal função.
6. O transito na cidade é caótico, não possui sinalização. A cidade não tem um anel rodoviário e uma guarda municipal.
É bom lembrarmos que a liberdade de expressão é um direito fundamental consagrado na Constituição Federal de 1988, no capítulo que trata dos Direitos e Garantias fundamentais e funciona como um verdadeiro termômetro no Estado Democrático. Quando a liberdade de expressão começa a ser impedida em determinado Estado, a tendência é que este se torne autoritário.
A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permita participar plenamente da vida pública do seu Município e criticar funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos devem reconhecer que a democracia depende do acesso mais amplo possível as ideias, dados e opiniões não sujeitos a censura.
Por tudo isso não devemos admitir qualquer atitude ameaçadora ou de intimadação aos cidadãos que desejam expressar suas opiniões com responsabilidade e apontar os erros cometidos pela gestão do seu Município. As críticas quando construtivas e baseadas em fatos e dados é um grande auxílio para o gestor público e podem contribuir para a melhoria do seu desempenho. Ao invés de intimidar e ameaçar – atitude própria de pessoas vaidosas, prepotentes e arrogantes – deveriam levar as mesmas em conta e agradecer pelas informações recebidas. Felizmente a população está cada vez mais aprendendo a defender seus direitos.
Sendo assim, peço que deixem o Galeguinho falar, expressar suas ideias e dar as suas sugestões para melhorias na qualidade de vida dos euclidenses. Agindo assim, ele estará contribuindo com o Município e atuando como um verdadeiro cidadão, exercendo plenamente o seu direito de livre expressão, garantido a todos pela nossa Constituição.
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