Desfile de blindados na Esplanada: Bolsonaro pediu demonstração de força antes de demitir comandantes

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Por volta das 8h30 desta terça-feira, 150 blindados e veículos da Marinha desfilarão pela Esplanada dos Ministérios. Quatorze ficarão em exposição ao longo do dia. A ação é tratada como “promocional” pelo Ministério da Defesa a pretexto de entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro. Mas foi recebida no Congresso como uma forma de intimidação: está prevista para hoje a votação da Proposta de Emenda Constitucional do voto impresso.

Bolsonaro é o principal defensor da implantação do voto impresso para as eleições de 2022, quando tentará a reeleição, e concentrou ataques ao sistema eleitoral do país nas últimas semanas. O presidente chegou a declarar, mais de uma vez, que, se necessário, agirá “fora das quatro linhas da Constituição”. A PEC, porém, já foi derrotada em comissão especial e deve ser rejeitada no plenário da Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que decidiu submeter a PEC ao plenário mesmo após a primeira derrota, disse que a realização do desfile militar no dia previsto para a votação é uma “trágica coincidência”. Parlamentares e até integrantes do governo criticaram o evento.

Após as críticas, Bolsonaro usou as redes sociais para convidar os presidentes de cortes superiores, da Câmara e do Senado para acompanharem a exibição militar. No texto, ele se intitula “Chefe Supremo das Forças Armadas”.

Bastidores: Bolsonaro já queria colocar tanques na Esplanada em março passado, conta a colunista Malu Gaspar. Na época, o então comandante do Exército, Edson Pujol, se negou a atender o presidente, assim como o ministro da Defesa à época, Fernando Azevedo e Silva, que não encampou a ideia do presidente de promover um voo rasante com os caças suecos Gripen pela Esplanada. No final do mês, o ministro e os comandantes das Forças foram demitidos.

Em foco: o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido de partidos políticos para suspender qualquer desfile ou passagem de comboio militar no Plano Piloto de Brasília até que a Câmara termine a votação da PEC.

Reforma eleitoral: comissão da Câmara aprova distritão e volta das coligações

A reforma eleitoral avança na Câmara dos Deputados, com a aprovação, ontem, do texto da relatora Renata Abreu (Podemos-SP) na comissão especial sobre o tema. A proposta inclui a adoção do distritão e a volta das coligações proporcionais — caberá ao plenário votar qual dos dois modelos valerá para o ano que vem. As duas mudanças são alvo de críticas e consideradas um retrocesso por especialistas. Se nenhum dos dois for aprovado, segue o sistema atual. O parecer também cria, para 2024, modelo de votação que acaba com o segundo turno.

FONTE: O GLOBO

 

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