Encontro é visto como mais um passo na aproximação do petista e do ex-tucano para formar chapa em 2022
Bianca Gomes e Sérgio Roxo
19/12/2021 – 20:03 / Atualizado em 20/12/2021 – 08:16
SÃO PAULO — Cotados para formar uma chapa para a eleição presidencial do ano que vem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin se encontraram publicamente pela primeira vez neste domingo. Os dois participaram de um jantar organizado pelo grupo de advogados Prerrogativas em um restaurante dos Jardins, Zona Sul de São Paulo.
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No evento, Alckmin deu mais indicativos de sua aproximação ao petista ao dizer que “é hora da união”, como mostrou o colunista Bernardo Mello Franco.
— O processo ainda está começando. É hora de grandeza política. É hora de união — disse o ex-tucano.
Lula afirmou, durante um discurso de cerca de 40 minutos, que a situação do Brasil exige a união de antigos adversários:
— O grave momento do Brasil não dá a nenhum de nós o direito de desistir. Não é tarefa para uma pessoa só. Não importa se fomos adversários, se trocamos algumas botinadas, se dissemos o que não deveríamos. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós um aliado de primeira hora. Estamos unidos pela fé na democracia e perseverança de construir um Brasil melhor.
O petista citou Alckmin uma vez, ao agradecer sua presença no evento. Disse que uma eventual chapa entre os dois depende de negociações partidárias e afirmou que aprendeu a respeitar alguns adversários:
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— Tenho que respeitar o Alckmin, ele deixou o PSDB, ainda não tem partido filiado. Quem vai dizer se a gente pode se a gente pode se juntar ou não é o meu partido e o partido dele. Temos que ter paciência — afirmou Lula.
Além de ser um sinal de aproximação entre dois antigos adversários, o encontro público entre Lula e Alckmin também é visto como mais um passo na direção da formação de uma chapa presidencial para o ano que vem. A presença no evento de dirigentes de outros partidos que podem apoiar a candidatura do petista, como PSOL, PSD e Solidariedade, reforçou o caráter simbólico do evento.
Alckmin e Lula já haviam se encontrado reservadamente. Segundo interlocutores, o petista nunca convidou o ex-governador a integrar a chapa. Apesar disso, ambos deram declarações públicas que convergiam para uma aproximação. Alckmin afirmou não ter “diferenças intransponíveis” em relação ao petista. Lula, por sua vez, disse que não há nada que aconteceu entre eles que não possa ser “reconciliado”.
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Dirigentes e parlamentares foram a encontro
Deputado estadual e coordenador da campanha de Fernando Haddad, em 2018, Emídio de Souza disse que o encontro é “um bom começo”:
— Foi um encontro democrático com muitas lideranças, de vários partidos, várias orientações, gente que esteve em posições diferentes e que agora começam a convergir pro nosso projeto, mas é uma coisa ainda muito inicial, mas muito positiva fechar o ano com encontro dessa natureza.
O jantar teve mais de 500 convidados. A lista inclui presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, do PSD, Gilberto Kassab, do PSB, Carlos Siqueira e do MDB, Baleia Rossi. Também colocaram nome na lista parlamentares, como a senadora Simone Tebet (MDB) e o senador Renan Calheiros (MDB), e governadores, como os petistas Camilo Santana, do Ceará, e Wellington Dias, do Piauí. O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que hoje é secretário do governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), também foi.
Ao comentar a participação de políticos de grupos diversos, o coordenador do Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, disse que é possível “reconciliar” o país:
— Essa noite nós vamos dar um recado poderoso pra sociedade, de que é possível deixar de lado divergências políticas e pessoais para olhar pro que é fundamental e reconstruir e reconciliar nosso país — disse Marco Aurélio.
FONTE: O GLOBO
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