É preciso cobrar do prefeito

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Por: Esther Scheffer

As soluções estão aqui mesmo

Nas minhas andanças por diversas cidades do Brasil, o que tenho feito muito ultimamente, chamou-me a atenção o quanto às realidades são diferentes. E o quanto à qualidade da gestão municipal é O FATOR que faz TODA A DIFERENÇA nas condições de vida dos seus habitantes. A presidente é a mesma em todos os municípios – para muitos, a melhor; para outros, nem tanto assim.

Ignorando a opinião de todos, as cidades vão construindo sua realidade “real”, de acordo com sua própria capacidade de encontrar soluções para os principais problemas dos quais costumamos reclamar, como a exclusão social, por exemplo, quase que de total governabilidade local. Não estou ignorando o papel dos recursos federais nesse contexto, mas estou dizendo que uma vez o governo federal repassando os recursos, e isso ele faz, quem dá a esses recursos o destino mais certo ou mais errado, ou mais-ou-menos, é o prefeito.

Se quisermos ser mais coerentes com nosso discurso dominante, segundo o qual está aí a base de todos os demais problemas, deveríamos também dar mais atenção à política local. Mas salvo engano, não é isso o que temos feito.

Quem serão nossos potenciais representantes a partir do ano que vem? E os nossos vereadores? Alguém sabe o que costuma acontecer dentro das câmaras de vereadores? Alguém sabe o que cobrar dos vereadores? Aliás, alguém sabe o que cobrar dos nossos prefeitos, que estão bem ali, do nosso lado? Sabemos apenas que o “outro” não está cobrando, mas se o “outro” perguntar o que “eu” estou cobrando (cobrar é uma coisa, reclamar, outra), a maioria de nós (com o dedo apontado para o “outro”) não terá resposta.

Nos descabelamos em discussões sobre ideologias, sobre o governo federal, um pouco menos sobre os governos subnacionais – distantes ou inacessíveis – mas praticamente ignoramos a questão quando ela se refere às ações locais.

Claro que essa é uma generalização, portanto, quem não se incluir nessa afirmação me desculpe, mas não se ofenda. Aproveito para citar como exemplo positivo a Amarribo e sua rede de organizações sociais atuantes em cidades brasileiras.

Mas se via de regra é isso mesmo o que acontece, não basta ser um caso de exceção. Temos que repensar coletivamente nossa postura porque talvez a solução para os graves problemas que, creio, concordamos ter como nação, esteja muito mais ao nosso alcance do que nossa percepção tem nos indicado. (Ah … percepção – uma eterna fonte de ilusões!)

Aliás, quem de nós ainda não pronunciou aquela famosa frase: “A visão é global, mas, a ação é local”?

Esther Scheffer é especialista em orçamento público por resultados, assessora da entidade Imbraco (MT).

 

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