A polêmica entre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o Consórcio Nordeste está vinculada à definição do pressuposto: se queremos um país mais desigual, tendo por critério o mérito, ou menos desigual, pela reparação.
O posicionamento irrazoável do mineiro equipara o cenário ao da Alemanha dos anos 1930, na qual os judeus e outros grupos foram responsabilizados e milhões deles executados, por supostamente não integrarem o grupo social dominante.
Quem avalia como justo o desenvolvimento de regiões em detrimento de outras, concorda com o desequilíbrio no investimento desde a Coroa Portuguesa e a chegada da Corte ao Rio, em 1808.
Mas há quem assinale impedimento claro nesta disposição separatista originada desde antes, nos levantes populares organizados no Nordeste, produzindo privilégios estruturais no Sul-Sudeste adesista aos proprietários de terras.
A xenofobia, ou a estranheza ao diferente, conduziu a infeliz fala do chefe do Executivo das Alterosas, pois além de apoiar uma “justiça” aristocrática – mais força para quem já dispõe de riquezas – privou do bem da dignidade os “nordestinos”. Esqueceu-se o acusador de o quanto os exilados por força dos problemas originados da seca e da limitação de mercado, contribuem para erigir o mito dos tais “protagonistas”, beneficiados com a mão de obra dos paus de arara.
Embora a ideia de separatismo não produza temor entre os nove estados da região, não se tem argumentos fortes o suficiente para justificar a erosão política, considerando a participação no desenvolvimento do país.
Preocupa aos governadores o rastilho da uma Secessão, ao rechaçarem com veemência a falácia de dois brasis distintos, um suposto rico e outro pobre, negando-se a dialética dos dois polos, necessária para a União.
A resposta imediata à sugestão divisionista é a de fortalecimento de todo o país, com o compartilhamento da busca de planejamento estratégico para a economia, segurança pública, educação e saúde de todos os 26 estados da federação mais o Distrito Federal.
FONTE: EDITORIAL A TARDE
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