Por PEDRO DIAS LEITE, EDITOR EXECUTIVO
A Copa do Mundo acabou, mas agora começa a “fase de grupos” das eleições. Até o dia 5 de agosto, os partidos terão de fazer as convenções para definir quem serão seus candidatos, e alguns times devem ficar pelo caminho. Na sexta-feira, mais um pré-candidato deixou a disputa, com a desistência do empresário Flávio Rocha de disputar a Presidência.
O primeiro a se lançar oficialmente será Ciro Gomes, na sexta-feira, dia 20. O candidato do PDT tenta atrair partidos para sua aliança e aumentar seu tempo de TV e a estrutura nos estados, mas as negociações estão em aberto. Pela esquerda, Ciro tenta uma aliança com o PSB, algo que o tucano Geraldo Alckmin tenta evitar. Pela direita, o pedetista busca o apoio do chamado “blocão”, um grupo de partidos que tem cargos no governo Temer e deve sofrer retaliações se for por esse caminho.
No domingo será a vez de Jair Bolsonaro, do PSC, outro que briga por ao menos um partido do blocão, o PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Com isso, seu tempo de TV aumentaria quatro vezes, o que diminuiria uma de suas principais fragilidades. Mas Magno Malta, o senador evangélico do PR cotado para a vice, já disse que não vai ocupar a vaga.
Enquanto isso, Bolsonaro continua firme na retórica do confronto. No final de semana, no Pará, defendeu que os PMs do massacre de Eldorado do Carajás “reagiram para não morrer” e quem deveria estar na prisão eram os “canalhas do MST” — 19 sem-terra morreram no episódio, em abril de 1996.
Enquanto os candidatos à Presidência se preparam, os partidos já têm disputas internas pela verba para as eleições. Sem as doações de empresas, quase 100% das campanhas deverão ser bancadas pelos fundos partidário e eleitoral (ou seja, pelo dinheiro dos impostos). Com menos caixa, caberá às lideranças dos partidos, entronizadas nos cargos há anos, fazer a divisão.
Fonte: O GLOBO
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