Por: João de Tidinha
Passadas as comemorações e as lamentações discretas e apaixonadas que sempre ocorrem em todas as eleições, passo a fazer uma análise do processo eleitoral em Euclides da Cunha.
Assim como na maioria dos municípios baianos, as eleições ocorreram em clima de tranquilidade, com algumas infrações isoladas que não prejudicaram esse momento tão significativo do nosso sistema democrático.
Cabe registrar o ótimo trabalho do Tribunal Regional Eleitoral durante todo o processo de apuração e divulgação dos resultados, bem como do Ministério Público e da Policia Militar que disponibilizou cerca 40 policiais para garantir a ordem e tranquilidade da população euclidense durante as eleições.
O povo, de forma soberana, escolheu o seu prefeito e os 15 vereadores que irão nos representar e serão responsáveis pelos rumos do nosso município nos próximos quatro anos. Enxerguei um avanço na política e no eleitor de nossa cidade. O voto consciente e de opinião começa a prevalecer, contribuindo para o aperfeiçoamento da nossa democracia.
A Câmara de Vereadores, agora com 15 integrantes, estará dividida entre 5 vereadores da oposição e 10 da situação. Cláudio Lima, o único vereador integrante da oposição que se reelegeu, contará a partir de janeiro, com a companhia dos novos vereadores de oposição eleitos: Wilson Vitor, Pequinho Abreu, Tita da Embasa e Mergulho. Na situação, jovens candidatos conseguiram se eleger e são esperança do novo, do futuro, que por certo, junto com os veteranos saberão dignificar esta representatividade que o povo os concedeu.
O deputado José Nunes conseguiu reeleger como prefeita sua esposa, Fátima Nunes com 17.311 votos (58,01%), contra 12.528 votos (41,99%) do Luciano Pinheiro. O índice de abstenção surpreendeu, por ter sido foi bastante elevado, acusando 7.503 (19,09%) eleitores que deixaram de votar, não exercendo assim, a sua cidadania plena.
A expressiva votação do Luciano (12.528 votos), com uma diferença a menos de 4.783 votos em relação à candidata do deputado, indica o surgimento de uma nova liderança política local, que de forma competente, conseguiu unir as oposições de Euclides da Cunha em torno do seu projeto. Foi o seu carisma, seu senso de responsabilidade, sua competência, seu espirito de equipe e sua lealdade, que o qualificou como um líder capaz desse feito inédito. Ele perdeu essa eleição, ganhando o respeito e a confiança dos seus aliados e de significativa parte da população euclidense.
Vejo no Luciano qualificações de um líder em potencial, que o tempo se encarregará de aperfeiçoar.
A propósito disso, observei que nessas eleições muitas pessoas, seguindo a iniciativa do deputado José Nunes, apostaram parte do seu patrimônio, dando mais de cinco mil votos de diferença a favor da prefeita Fátima Nunes. Resultado: não somente o deputado perdeu, como também os seus seguidores. E agora? Quem irá repor o patrimônio perdido dessas pessoas que seguiram o deputado, que em alguns casos comprometeram os seus únicos bens, tais como: motos, carros, terras, dinheiro, etc.?
Este fato me fez lembrar um conceito de liderança chamado “lideres de búfalos” Os búfalos (animais fortes, grandes, mas sem nenhum senso individual de direção), como todos sabem, são seguidores absolutamente fiéis de um líder. Eles fazem tudo que o líder deseja e ordena. O líder de búfalos adora ser o centro do poder e não aceita contestações. Os búfalos fazem tudo o que o líder quer que façam, vão para todos os lugares que o líder determina, falam, pensam e agem da forma que o líder deseja.
Ahhhh, dizem alguns, isto é choro de perdedor, o importante é ganhar. Respondendo àqueles que me questionaram sobre o resultado das eleições, eu repito: Às vezes se perde ganhando, assim como, às vezes se ganha perdendo….
Parabéns aos candidatos vencedores e aos perdedores também, porque lutaram. E parafraseando o escritor Paulo Coelho “Perder ou ganhar faz parte da vida, o que não faz parte da vida é ficar paralisado de medo”.
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