Empresa ligada a vereadora vence licitação em Euclides da Cunha

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Contrato foi firmado um mês após parlamentar de oposição aderir ao grupo do prefeito Luciano Pinheiro

Publicado sábado, 17 de fevereiro de 2024 às 00:00 h | Autor: Da Redação

Passado um mês da adesão da vereadora Simone Matos (PSD), até então opositora ferrenha da gestão de Euclides da Cunha, ao grupo político do prefeito Luciano Pinheiro (PDT), a empresa RD/S Engenharia (Raimundo Dantas de Santana), ligada à parlamentar, venceu uma licitação junto à Prefeitura no valor de mais de R$ 2 milhões.

De acordo com informações chegadas ao Portal A TARDE, e divulgadas primeiramente pelo Portal Euclidense, a empresa pertence ao genro da vereadora e está localizada em uma residência familiar, de propriedade da família de Simone, conforme dados cruzados do CNPJ apresentado.  

No total, 28 empresas participaram do processo licitatório, entre habilitadas e inabilitadas, com edital lançado em 11 de dezembro de 2023. No entanto, após um pedido de impugnação julgado improcedente, o pregão foi remarcado para 15 de janeiro de 2024.

No entanto, um extrato foi publicado em 6 de fevereiro de 2024 sem data no rodapé, levantando questionamentos sobre a transparência do processo no município e ligando o alerta do Ministério Público por semelhanças no “modus operandi” com uma prática que foi alvo de denúncia durante a Operação Graft (ver abaixo).

O valor total da licitação foi de R$ 2.190.358,99, e a RD/S venceu com uma diferença de apenas 69.000,00, o que representa menos de 1% do valor total do edital, levantando fortes indícios de direcionamento político, tendo em vista o apoio dado pela vereadora ao prefeito.

Operação Graft

Em 2022, a Operação Graft, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), resultou na prisão de 12 pessoas por operarem um esquema criminoso que “consistia em fraudes seriadas e sistêmicas” em procedimentos licitatórios da Prefeitura de Euclides da Cunha. De acordo com a investigação, o prejuízo causado ao erário apenas em 2020 ultrapassou R$ 6,8 milhões.

O vice-prefeito José Alberto, parceiro de chapa de Luciano Pinheiro em seu primeiro mandato, foi um dos denunciados e ,de acordo com o documento do MP, era o idealizador das fraudes, que eram realizadas mediante inserções retroativas em edições do Diário Oficial do município.

O prefeito Pinheiro, por sua vez, já teve sua cassação sugerida em um pedido do Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de abuso de poder político durante a sua campanha de reeleição em 2020 e também entrou no radar da Justiça por possível participação na fraude das licitações investigadas no âmbito da Operação Graft.

FONTE:ATARDE NOS MUNICIPIOS

 

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