A vacinação contra a Covid-19 no país poderá começar nesta segunda-feira. Ao iniciar a distribuição das doses da CoronaVac aos estados na manhã de hoje, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a imunização começa no final do dia, às 17h. Ontem, a previsão do governo era iniciar a campanha nacional na quarta-feira. Veja qual é o seu lugar na fila da vacina.
Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, o uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford contra a Covid-19, e o Brasil já tem os seus primeiros imunizados. Logo após a decisão da agência, o governo de São Paulo aplicou doses da CoronaVac em profissionais de saúde que trabalham na linha de frente do combate à pandemia. A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira. Ela foi voluntária nos testes do Instituto Butantan, quando recebeu placebo.
O governo federal conta com 6 milhões de doses da CoronaVac, o que permite a imunização de 3 milhões de pessoas. Além disso, o governo enfrenta dificuldades para importar 2 milhões de doses da vacina de Oxford. O lote segue na Índia. Ontem, Pazuello disse ser “muito provável” a entrega do produto no começo desta semana.
No evento de hoje, foram distribuídas 4,5 milhões de doses aos estados, divididos de acordo com a população de cada unidade federativa. Outras 1,5 milhão de doses, proporção que pertence a São Paulo, ficaram no estado. Veja o que cada estado vai receber.
Polêmica em detalhes: o início da vacinação em São Paulo motivou ataques entre Pazuello e o governador do estado, João Doria (PSDB), que estava ao lado da enfermeira imunizada. O ministro criticou “movimentos político-eleitoreiros” se aproveitando do imunizante, mencionando “golpe de marketing”. Em resposta, Doria disse que o governo federal faz “golpes de mortes com os brasileiros, com o negacionismo, com a recomendação para uso da cloroquina, com a falta de vacinas”.
São Paulo começou a imunização antes de o Butantan assinar um termo exigido pela Anvisa no qual se compromete a apresentar informações complementares sobre os estudos de imunogenicidade. Os dados tratam da capacidade da vacina de gerar resposta imune nos pacientes. O termo foi assinado e publicado em edição extra do Diário Oficial da União ontem à noite. O instituto tem até o fim de março para fornecer as informações.
Palavra de especialistas: cientistas e pesquisadores comemoraram a autorização dada pela Anvisa, afirmaram que as ressalvas são de praxe e pediram vacinação “para ontem” . A microbiologista Natalia Pasternak afirma que ambas as vacinas trazem benefícios que superam, em muito, quaisquer riscos: “É importante ter clareza desse fato: as vacinas são seguras. Perigoso é o vírus.
Entrevista: a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) por oito anos, aponta a falta de doses como o maior desafio à campanha do governo. Também preocupa a garantia do registro dos vacinados: “Será preciso cadastrar uma ficha com dados como nome, endereço, data para cada pessoa vacinada e garantir que ela tomará a segunda dose no tempo certo e do mesmo imunizante do qual recebeu a primeira”.
Panorama da pandemia: o Brasil registrou ontem 518 novas mortes, alcançando 209.868 vidas perdidas para a Covid-19. Com mais de 26 mil novos casos, o país já supera 8,4 milhões de contágios confirmados por autoridades de saúde. As médias móveis de casos e óbitos seguem ascendentes.
Fonte: O GLOBO
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