Por Tales Faria
24/07/2019 09h09
O subprocurador geral da República Augusto Aras assumiu ontem o papel de favorito na disputa pelo cargo de procurador-geral: foi recebido à noite no Palácio da Alvorada pelo presidente Jair Bolsonaro para uma segunda sabatina particular.
Também candidata por fora da lista tríplice, a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, só foi recebida uma vez para este tipo de conversa com o presidente. No Palácio do Planalto.
Os indicados pela lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) não parecem ainda ter conquistado o presidente.
São eles Mario Bonsaglia (1º colocado na votação), Luiza Frischeisen (2ª) e Blaul Dallaoul (3º). Desses, Bonsaglia é o que tem mais chances. Conservador em termos de costumes e no Direito Penal, tem o apoio de uma parcela da chamada bancada da bala do Congresso.
Mas Augusto Aras tem o apoio de um fundador da bancada da bala, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Também se diz conservador e um liberal na área econômica, como o ministro Paulo Guedes. Não é evangélico, mas católico como Bolsonaro. E já conseguiu se aproximar de dois dos filhos do presidente com quem conversou, o deputado Eduardo (PSL-SP) e o senador Flávio (PSL-RJ). Deixou boa impressão.
Baiano, Aras traz para Bolsonaro uma pitada de oposição: contou com o apoio entusiástico do ex-governador do seu estado e atual senador Jaques Wagner, quando tentou disputar o mesmo cargo no governo Dilma Rousseff.
Agora tem o apoio do prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto. E corrigiu um erro que havia cometido no governo Dilma, quando não fez campanha junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal: o subprocurador-geral é apontado como a segunda opção do presidente da Corte, Dias Toffoli, depois da atual chefe da PGR, Raquel Dodge.
Toffoli e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já teriam deixado claro a Bolsonaro suas preferências por Dodge e Aras, nessa ordem.
No Ministério Público, a versão que corre é de que, se escolhido, sua atuação será uma incógnita.
Pode se tornar um “engavetador” fiel ao Palácio enquanto o presidente estiver forte, como foi Geraldo Brindeiro no governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas, se o presidente enfraquecer, pode se tornar duro como Aristides Junqueira, responsável pela peça de acusação contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello no STF.
Fonte UOL
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