Ativista acredita que a superação da crise política passa, necessariamente, por mudanças em todos os níveis do Legislativo, bem como a limitação do número de mandatos consecutivos. Isso evita a “profissionalização da representação”, avalia Chico Whitaker
Não existe receita simples para superar a crise política que o país enfrenta. A constatação – que, a princípio, pode soar desanimadora – não impede que soluções sejam pensadas coletivamente. Ao contrário, exige mais criatividade por parte da sociedade na busca por saídas. Para o ativista Chico Whitaker, o nó da crise política será desatado ao longo de um processo gradativo e deverá passar, necessariamente, por uma mudança em todos os níveis do Poder Legislativo.
Whitaker, que é um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, destaca a importância do Parlamento em um sistema democrático para reforçar a necessidade de transformação do atual quadro representativo no país. Para ilustrar crise na representação política o ativista e cita a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, em abril, quando os parlamentares aprovaram a continuidade do processo.
“Ficou evidente que, infelizmente, a grande maioria de nossos representantes na Câmara dos Deputados mais do que tudo nos envergonha. E se a vida pública deles começa ao nível municipal, o que diríamos do que se passa nesse nível, se pudéssemos seguir suas sessões pela TV…”, escreve Chico, no artigo em que aponta possíveis saídas para a crise política.
Muitas das sugestões indicadas por Whitaker integram o documento básico elaborado ao final das discussões do Diálogos Congresso em Foco, que reuniu no último dia 14 representantes de diversos segmentos sociais, parlamentares, pesquisadores e gestores de políticas públicas. O objetivo do encontro é pensar propostas para o enfrentamento da corrupção e das crises política e econômica.
Entre as medidas apontadas pelo grupo estão a efetivação dos espaços de participação da sociedade civil na construção de políticas públicas e a inclusão nos currículos escolares conteúdos pedagógicos voltados para a formação política cidadã e a compreensão do funcionamento do sistema político e fiscal. Além disso, o ativista também destaca a importância do fim do financiamento privado das campanhas eleitorais e defende a limitação do número de mandatos consecutivos nos parlamentos, para evitar a chamada “profissionalização da representação”. (congressoemfoco)
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