Pressionado pelo Instituto Butantan a dar uma resposta célere, o Ministério da Saúde diz ter até maio para decidir se comprará ou não mais 54 milhões de doses da CoronaVac. A indefinição é vista como um erro por cientistas: a demora pode atrapalhar a imunização dos brasileiros, afirmam.
O contrato com o Butantan já garantiu a compra de 46 milhões de doses e tem previsão de extensão para alcançar 100 milhões — com a dosagem dupla, a quantidade permitiria vacinar 50 milhões de pessoas. Pesquisadores afirmam que o país precisa superar 400 milhões de doses para garantir que toda a população seja imunizada. E lembram que outros países, como o Canadá, compraram até seis doses por pessoa.
Em meio à demora do governo federal, mas com o aval do presidente Jair Bolsonaro, um grupo de empresários que representam 45% do PIB industrial tenta encontrar vacinas disponíveis no mercado. A estratégia é procurar farmacêuticas e fundos de investimento que apoiaram o desenvolvimento de imunizantes. Até agora a empreitada esbarrou em negativas.
O grupo diz temer danos à imagem, mas considera que o dano de ficar sem vacina pode ser ainda maior. “Não é tentativa de furar fila, mas de acelerar”, diz José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) criticou o apoio do governo federal às compra pelo setor privado.
Tema em debate: além do empresariado, governadores e associação de clínicas privadas também correm atrás de contratos que garantam vacinas ao país. O GLOBO perguntou a quatro cientistas: é aceitável que as empresas comprem doses de imunizante? Veja as respostas.
Panorama da pandemia: o Brasil registrou 1.319 mortes por Covid-19 em 24 horas e superou 220 mil vidas perdidas. O número de casos confirmados passou de 9 milhões, enquanto o de vacinados atingiu 1,2 milhão.
Fonte: O GLOBO
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