Apesar do recorde de diagnósticos, mortes globais estão em seu menor patamar desde outubro de 2020, endossando sinais preliminares de que as infecções causadas pela nova cepa são mais leves
O Globo e Bloomberg
O número de pessoas diagnosticadas com Covid-19 nos últimos sete dias quase dobrou em relação à semana anterior, impulsionado pela disseminação da variante Ômicron pelo planeta. Na América do Sul, onde os impactos da cepa começam a ser sentidos, os diagnósticos mais que dobraram. As mortes, por sua vez, continuam em queda, mais um indício de que a pandemia adentra uma fase menos letal.
A Ômicron, mais contagiosa, foi responsável pela maioria dos 10,1 milhões de casos contabilizados entre 26 de dezembro e 2 de janeiro, contra 5,25 milhões na semana entre 19 e 25 de dezembro. O recorde semanal anterior de toda a pandemia, registrado no fim de abril do ano passado, era de 5,79 milhões, quase a metade do número atual.
O surto global levou ao cancelamento de dezenas de milhares de voos no fim de ano, ao fechamento de escritórios e a distúrbios nas cadeias de produção. Recorde de casos são vistos nos Estados Unidos — que sozinhos registram uma média recorde de 403 mil diagnósticos diários —, na França e na Austrália, dois anos após o novo coronavírus ser detectado e no primeiro aniversário das campanhas de vacinação.
Os países desenvolvidos e parte do mundo emergente realizam mais testes hoje do que em qualquer outro momento da pandemia, mais ainda assim a subnotificação não pode ser descartada. Muitos hospitais e centros de testagem funcionam em esquema de plantão na semana entre o Natal e o Ano Novo, atrasando a notificação dos casos. Várias nações não dão conta da demanda de exames, e há um aumento da procura por testes caseiros, cuja notificação às autoridades não é obrigatória.
As mortes semanais, por sua vez, caíram de 45 mil para 42,5 mil nos últimos sete dias. Especialistas alertam que ainda é cedo para tirar conclusões precipitadas sobre a letalidade da cepa, porém as vidas perdidas diariamente para a Covid-19 estão no seu menor patamar desde outubro de 2020.
O novo momento da pandemia também é diferente devido à vacinação avançada: os inoculantes protegem contra casos graves, e a injeção de reforço neutraliza o escape vacinal das duas doses originais.
FONTE: O GLOBO
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