Inflação e juros em alta freiam crédito imobiliário, e venda de imóveis já começa a cair

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Para atrair compradores, empresas trocam materiais, fazem sorteios e evitam repassar toda a Selic. Número de lançamentos ainda cresce

Vitor da Costa

14/12/2021 – 04:30 / Atualizado em 14/12/2021 – 09:20

RIO —  Disposta a se mudar para um lugar maior a fim de se acomodar a uma realidade de trabalho híbrido, a administradora Raquel Bittencourt, de 40 anos, começou a procurar um imóvel no início deste ano. A ideia era vender um apartamento próprio, que seria usado para complementar o financiamento pelo FGTS de outro.

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Mas faltou combinar com o Banco Central (BC). Os sucessivos aumentos da taxa básica de juros — a Selic saiu da mínima histórica de 2%, em março, para os atuais 9,25% — e o cenário econômico mais desafiador levaram Raquel a adiar seus planos:

— Além da alta da taxa de juros, comprometer parte da renda com uma dívida em um cenário de desemprego ainda alto e total instabilidade do cenário político e econômico é mais complicado. Achamos melhor não fazer esse movimento agora.


Opção pelo prefixado

Com uma inflação que deve fechar o ano em dois dígitos e os juros em alta, os consumidores estão mais cautelosos. As construtoras, porém, mantêm o otimismo e buscam estratégias para atrair clientes, como não elevar os juros na mesma magnitude da Selic e trocar materiais para driblar a alta do custo dos insumos.

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— A Selic tem um impacto, mas acho que ainda é pequeno. O que está pressionando um pouco mais é a questão de confiança. Passamos por um período de inflação bem forte. Isso encarece a vida das pessoas e os custos da construção — diz o analista da área imobiliária da XP Investimentos, Renan Manda.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em outubro as instituições financeiras concederam R$ 17,156 bilhões em crédito imobiliário, recuo de 3,9% em relação a setembro. No ano, porém, ainda há alta de 23,74%, chegando a R$ 171,847 bilhões.

Já os financiamentos com recursos do FGTS têm queda de 14%, até 9 de dezembro, para R$ 44 bilhões, na comparação anual.

Fonte: O GLOBO

 

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