por Amanda Almeida
O PT recebeu com apreensão a decisão da ministra Cármen Lúcia, de pautar para hoje o julgamento do habeas corpus de Lula. O partido também trabalhava por esse cenário, mas em um contexto de menor pressão sobre os ministros. A impressão é que a presidente do STF fez uma jogada de alto risco para Lula, que pode ir dormir às vésperas da prisão, mas também para a própria Corte. Cobrada por não pautar a decisão sobre condenados em 2ª instância, a ministra tirou o foco da análise de casos difusos e jogou para os outros dez colegas a responsabilidade de expor suas posições individuais sobre o ex-presidente em um momento de forte tensão da opinião pública. O fato é que concedendo ou negando o habeas corpus, o STF estará em situação delicada para se debruçar, daí para frente, sobre as duas ações declaratórias de constitucionalidade acerca das prisões em 2ª instância. No primeiro caso, porque poderá ser acusado de querer perseguir Lula. No segundo, de querer favorecê-lo.
O GLOBO
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