Na avaliação do ministro Marco Aurélio Mello, a Lava Jato mostra que o mensalão não pode ser mais considerado o maior escândalo de corrupção do país
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou nesta segunda-feira (3) as investigações da 17ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta manhã. Segundo Marco Aurélio Mello, o escândalo de corrupção investigado na Lava Jato “envolve o crime no atacado, não mais no varejo”.
Na avaliação do ministro, a Lava Jato mostra que o mensalão não pode ser mais considerado o maior escândalo de corrupção do país. Marco Aurélio participou do julgamento da Ação Penal 470, conhecido como o processo do mensalão.“Quando eu tomei posse, em 2006, no TSE [Tribunal Superior Eleitoral], eu fiz um discurso que foi considerado muito ácido. Mas, foi um discurso leve. Eu falei que era o maior escândalo da República [mensalão]. Hoje, nós temos aí esse, que envolve o crime no atacado, não mais no varejo”, disse.
Para Marco Aurélio, as prisões efetuadas durante todas as fases da operação mostram que as instituições que participam da investigação, como a Polícia Federal, o Ministério Publico e o Poder Judiciário, estão funcionando no país. “A quadra ao meu ver é alvissareira, porque não se esconde mais essas mazelas. Elas afloram a partir, inclusive, do que foi veiculado pela imprensa, há descoberta de fatos e, ante esses fatos, se têm os inquéritos e as ações penais. Vamos buscar novos rumos, melhores dias para o Brasil”, declarou o ministro.
Um dos presos na 17ª fase da Lava Jato é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, Dirceu foi o criador e beneficiário do esquema de corrução na Petrobras, investigado pela Lava Jato. Segundo os investigadores, Dirceu, na época em que era ministro da Casa Civil no governo Lula, nomeou Renato Duque para Diretoria de Serviços da estatal, quando foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos na estatal.
A defesa de Dirceu informou que irá se manifestar somente após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão.
Congresso em foco
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