Novo ano, nova estrada

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Por: Samuel Celestino

Este ano que amanhece é anunciador de fatos positivos para o Brasil. Havia projeções aziagas e previsões sombrias. Melhor, porém, inverter os maus presságios e entender que teremos um ano senão extraordinariamente bom, pelo menos positivo em comparação ao da maioria dos países tidos como potências ou semipotências, especialmente da zona do euro. 2012 deverá ser para o Brasil um ano de maior crescimento e menor inflação.

Este 2011 que se foi deve fechar (aguarda-se confirmação do Banco Central) com 3% de crescimento da economia (PIB) – que ficou estagnado no terceiro trimestre – e inflação batendo no teto previsto pelas autoridades monetárias, algo em torno de 6,54%.

As perspectivas são positivas, mas dependerão da condução gerencial do País pela presidente Dilma. É ano para não deixar esticar a corda, voltado para investimentos públicos, redução drástica de despesas e remodelação dos projetos de crescimento em diversas áreas, estabelecendo novas políticas para os setores da produção, especialmente o industrial e o agronegócio. É ano para projetar o futuro e entender que este País jamais será potência se não privilegiar a educação, desenvolver o setor tecnológico e cuidar da saúde pública, sem esquecer da infraestrutura e da logística para escoar a produção, o que, se acontecer, diminuirá o chamado “custo Brasil”.

Dilma fechou o ano com excelente imagem na opinião pública, de acordo com as pesquisas. Não por ter realizado na administração, mas porque, embora demorando na tomada de posição, excluiu do governo a herança que recebeu do seu antecessor e criador, Lula, um ministério carimbado por atos de corrupção, pela gatunagem que se espraia pelo serviço público e pelos três poderes. Nenhum deles ficou intacto. No final do ano explodiu o Judiciário, que se protegia nas togas e na “caixa preta” que protegia o poder. Caíram seis ministros supostamente corruptos; os partidos políticos, donos dos feudos repartidos pela política de coalizão “republicana”; balançou. Sem maiores novidades no Poder Legislativo.

Nos estertores do ano, aconteceu o que de há muito se presumia, portanto, era esperado: caiu a máscara do poder Judiciário amarrotando as togas. Esta novela do Judiciário terá novos capítulos em fevereiro, depois das férias da Justiça. O Poder, em decisão que o Supremo Tribunal Federal terá que tomar, escolherá, na sua refrega com o CNJ, Conselho criado justo para a assepsia da Justiça brasileira, qual dos caminhos escolherá: o da reforma de procedimentos e exclusão dos maus magistrados, impedindo a contaminação dos bons juízes, majoritários, que sentem vergonha do que se passa no breu das tocas do poder.

A segunda opção é deixar correr a barca, levando a imagem da Justiça. Será o próprio Judiciário quem dirá aos brasileiros qual a imagem que pretende ter. A da Justiça apresentada com venda sobre os olhos para ser correta, ou a que entregará o seu destino aos que tramam contra as suas virtudes. Isso eu já havia dito, mas repito nesta análise de primeiro de ano: seja qual for a decisão, o Poder jamais será o mesmo. A opinião pública perderá a confiança e o fiscalizará, através dos instrumentos do estado democrático de direito que revelaram a Dilma Rousseff as chagas e a rapinagem registradas no seu ministério. A presidente prometeu, em discurso natalino, que será inflexível no combate à corrupção. É o que se espera.

No setor político, temos um ano de eleições, de renovação dos executivos municipais e das Câmaras de Vereadores. Será mais um teste para que a cidadania demonstre que está atenta e que aprimora as suas escolhas. Aqui em Salvador e no interior baiano, há muito nesse aspecto o que deixar para trás, exigindo-se melhores gestões. No caso da Capital, a cidade atravessa um dos seus piores períodos. Está mergulhada num processo devastador que quebra a sua beleza e diminui as suas tradições, que lhe valeram ser chamada de “A Boa Terra”. Em outros tempos.

Mais do que isso, é preciso que sejam renovados e preservados os valores que diferenciam esta cidade com a sua cultura miscigenada, seus vales e cumieiras, na sua explosão de cores dos seus prédios modernos e coloniais. Cidade que abriga um povo simples, ainda hospitaleiro, e de extraordinária beleza. 2012 é ano de escolha eleitoral, de demagogia e de verdades; de polêmicas e de expectativa de mudanças. Que sejam para melhor. Para a cidade, para seu povo, enfim, leitores, para todos vocês e suas famílias.

Que seja um ano de fazer, de paz, alegria e muito amor para todos. É o que, sinceramente, desejo.

*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde deste domingo (1º)

Fonte: BN

 

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