Por: João de Tidinha
Em recente encontro com minha prima Lucinha (esposa de Neiva) ela me dizia que na Índia o trânsito é uma desordem total. Lá ninguém respeita nada, parece não haver sinalização e todos ao mesmo tempo querem ter a preferência. É um caos! Até parece o trânsito de Euclides da Cunha, disse ela sorrindo. Concordei imediatamente e relatei que no último final de semana, na travessa que liga a Praça do Jardim á Rua da Igreja (beco do Potamo), quase fui atropelado no passeio por um motoqueiro. São poucos os motoristas (de carros e motos) que respeitam as regras de trânsito em Euclides.
Passamos então a discutir de quem é a responsabilidade por essa situação caótica.
Comentei que Euclideses da Cunha já é uma cidade de médio porte, que deve possuir uma frota de cerca de sete mil veículos circulando. Apesar disso, o município possui um trânsito que ainda conserva características de cidades bem pequenas. Motociclistas sem capacetes, veículos estacionados em locais inadequados, inexistência de semáforos, passageiros e motoristas sem cinto de segurança, etc, etc.
Neiva lembrou que na Rua Pedro Monteiro Campos, os ônibus ficam estacionados dos dois lados da rua, bloqueando a passagem de outros veículos. Não muito é diferente na Rua Benjamim Constant em dia de feira-livre. Parece um verdadeiro estacionamento a céu aberto, disse ele.
Comentei que outro problema crítico do trânsito de Euclides da Cunha está relacionado aos veículos que fazem transporte alternativo. Parar em local proibido, fazer ultrapassagens perigosas são algumas das imprudências praticadas pelos motoristas desses transportes. Sem fiscalização, os motoristas exageram na imprudência, fazendo ultrapassagens proibidas, dirigindo pela contramão, etc. De fato, o trânsito em Euclides da Cunha é um verdadeiro caos, sem comando e sem organização. Quem chega às ruas Oliveira Brito, Élson Torres de Aquino e Ruy Barbosa em horário comercial, não encontra sequer um lugar para parar.
Lucinha disse que em qualquer município é necessario que o poder público adote medidas voltadas à utilização das vias, com a manutenção e sinalização viárias, com campanhas de educação de trânsito e com a imprescindível e necessária fiscalização, objetivando proporcionar um trânsito em condições seguras para a população.
Complementei dizendo que o Código Brasileiro de Trânsito – CTB (instituído pela Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997) estabeleceu novas competências aos Municípios. Eles passaram a responder por todas as questões envolvendo o transito. Portanto, cabe à esfera municipal a fiscalização de trânsito, autuando e aplicando as medidas administrativas cabíveis. Fico na dúvida se a atual administração sabe dessa sua responsabilidade. Aparentemente não, pois se na Índia a confusão no trânsito é quase cultural, em Euclides da Cunha se transformou num caso de omissão pública que coloca em risco diariamente à vida de muitas pessoas.
Finalizamos nossa conversa concluindo que devíamos cobrar da prefeita uma atitude responsável em relação a esse assunto, pois lembramos que a reorganizaçao do trânsito de Euclides da Cunha foi uma de suas promessas de campanha ainda não cumprida. É o que faremos…
Fotos: Júnior Vaz
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