Por: Wilson Marini
Diz a Constituição, artigo 1º, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente…”.
Destaco este trecho: “O bom prefeito é aquele que está a serviço do município, conhece as necessidades de cada comunidade e resolve seus problemas. Não só administra com dedicação e seriedade, mas também presta contas de seu trabalho”.
Em artigo recente no Le Monde Diplomatique Brasil, Elói Pietá, prefeito de Guarulhos (SP) e vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos, comenta de forma objetiva o que esperar de um bom prefeito.
Em primeiro lugar, diz ele, espera-se fidelidade ao seu povo, expressa no cumprimento do programa de governo. Em segundo lugar, capacidade administrativa, liderança política, bom conhecimento dos assuntos da cidade, equilíbrio no enfrentamento de crises, postura de diálogo aliada à capacidade de decisão no tempo oportuno, paciência e disponibilidade para ouvir a população e os vereadores, tolerância quanto à diversidade de estilo das pessoas com quem trabalha, disponibilidade para ter presença contínua no município, hábito de trabalhar com planejamento e em equipe e coragem de dizer não.
Em terceiro lugar, o bom prefeito deve ter as qualidades necessárias para uma vida política sadia e honesta, com transparência nas atividades públicas, separação completa entre os recursos públicos e os interesses da família, dos amigos, de empresas e do partido. Por fim, pede-se a um bom prefeito que seja competente na arrecadação de recursos para dar conta das demandas populares.
O poder municipal é o que está mais próximo do contato direto com a população e o primeiro a ser questionado. Para muitos cidadãos, o prefeito é mais importante do que o presidente da República, pois é quem pode resolver o seu problema imediato. Promessas utópicas ou demagogas serão cobradas, mais tarde.
A democracia consagra os vencedores nas urnas. Embora seja o ápice do processo, aos olhos dos eleitores, não é esse o único momento importante. Os eleitores não escolhem nem interferem diretamente nos nomes que serão colocados na disputa. O amadurecimento político que tantos desejam pressupõe também a responsabilidade e a inteligência dos partidos na formação e indicação de seus candidatos, sem o que as expectativas populares podem se frustrar. Se isso ocorrer, que não seja, ao menos, por falta de boas opções.
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