Excluídos da chapa presidencial, membros do DEM ameaçam romper aliança com Serra; tucanos perderiam dois minutos de televisão.
Por: Severino Motta, iG Brasília |
Com a decisão do PSDB, de colocar o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) como vice de José Serra na disputa pela presidência da República, lideranças do DEM já defendem o rompimento da aliança nacional com os tucanos. Se no próximo dia 30 essa for a decisão do partido em sua convenção nacional, Serra perderia quase um terço de seu tempo na televisão.
De acordo com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), não faria sentido para seu partido estar coligado com o PSDB sem ter a vaga de vice. “Se eles não querem estar com o DEM, não há motivo para o DEM ficar com eles. Assim sairíamos da aliança formal e não apoiaríamos oficialmente ninguém, como acontece com outros partidos”, disse.
Demóstenes ainda lembrou que o DEM vem apoiando o PSDB desde o início das articulações para as eleições, quando Serra era líder isolado nas pesquisas de intenção de votos. Hoje, atrás de Dilma segundo a última Ibope, o Democrata alegou que a candidatura tucana “não é nenhuma Ferrari”.
“Se o vice fosse uma unanimidade nacional, como Dom Paulo Evaristo Arns, até poderíamos aceitar. Mas um nome como o de Alvaro, que é querido por todos nós, mas que com o seu perfil há vários no DEM, não há razão para ficarmos sem a vaga. Não queremos ficar só com o ônus da aliança, ainda mais hoje que a candidatura não é nenhuma Ferrari”, disse.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), por sua vez, disse que há um grupo reagindo a o que chamou de “rasteira” do PSDB. Segundo ele, caso o PSDB insista com Alvaro o partido pode sair da aliança nacional e investir seus esforços e tempo de TV na eleição de uma bancada parlamentar.
“Eles se acostumaram com um DEM que chia e depois se acomoda, dessa vez não vamos deixar isso assim. Ou reagimos ou a sigla acaba como partido, vira subalterna, e não parceira do PSDB”, disse.
Tempo de TV
O DEM conta com dois minutos e nove segundos de tempo para a candidatura presidencial na televisão. Se estiver numa aliança formal com Serra, a coligação DEM, PSDB, PPS e PSC ficaria com seis minutos e 46 segundos. Sem o DEM, o candidato tucano teria quatro minutos e 38 segundos para promover a candidatura presidencial. Praticamente a metade dos cerca de oito minutos que a candidato do PT, Dilma Rousseff, deverá dispor.
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