PASSARINHO SEM ALPISTE NÃO CANTA

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Poucos duvidam de que o Supremo Tribunal Federal decidirá, em fevereiro, proibir as doações  de empresas privadas e públicas nas campanhas eleitorais. Dos onze votos de seus ministros, quatro já foram exarados, todos nesse sentido. A proibição não valerá para as eleições de outubro, tendo em vista o princípio constitucional de que qualquer alteração no processo eleitoral deve ser feita até um ano antes do dia da votação. Mesmo assim, registra-se nos  meios empresariais uma tendência salutar: boa parte das grandes empresas prepara-se para fechar as portas de seus cofres, tanto por economia quanto por cautela. Estarão sob o crivo da opinião pública, que apóia em gênero, número e grau a provável sentença definitiva da mais alta corte nacional de justiça. Claro que doações serão feitas, mas reduzidas. A farra será menor, neste presumível último ano de distribuição indiscriminada de recursos de origem pouco clara.

Candidatos de todas as espécies começam a sofrer antecipadamente  da falta de fundos, podendo o sofrimento contribuir para a aprovação, ainda neste primeiro semestre, do financiamento público das campanhas. Preparam-se os partidos para o futuro, valendo-se daquela máxima do Barão de Itararé, de que “passarinho sem alpiste não canta”.  O uso do dinheiro público por certo será bem mais fiscalizado do que as doações particulares.

Autor: Carlos Chagas/diariodopoder.com.br

 

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