Pior que o câncer é a droga da corrupção, reflete leitor

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LEITOR VALDIR BARRETO RIOS

De Camaçari/Bahia 

Os brasileiros, além de desejarem um feliz ano novo, terão de acreditar na fé em Deus, na força da ciência, e nas mudanças de hábitos para que os indivíduos tenham uma qualidade de vida ideal, isto é, um estado de completo bem-estar físico, mental e social, como define a OMS (Organização Mundial da Saúde) e estabelece a Constituição Federal do Brasil.

Conforme os dados apresentados pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), para o ano de 2012, mais de meio milhão de pessoas poderão entrar nas estatísticas do câncer terá mais de 518 mil novos casos de câncer em 2012, revelando aumento no número de câncer frequentes do país.

Como fica a situação do cidadão desassistido nos recantos dos municípios? Nessas regiões, o câncer vitima com tal velocidade que muitos não creem na realidade posta à sua frente.

Dessa forma, surpreendem-se ao saber de pessoas próximas que desenvolveram a doença, surgindo perguntas e espanto como: “Não acredito que ele está com câncer!” ou “Ela morreu de câncer?”.

Sem querer generalizar, ao tentar desempenhar seu papel, o sistema de saúde nos municípios amontoa seus doentes em carros –que mais parecem sardinhas– e encaminham aos hospitais dos grandes centros, transferindo seus problemas.

A maioria dos prefeitos passam para seus eleitores uma realidade mascarada de um feitio heróico com a sensação de dever cumprido. Eles seguem o calvário destas pessoas que não recebem assistência do poder público, nem mesmo o respeito.

A vaga no transporte para estas cansativas viagens, muitas vezes, é decidida pelo critério do apadrinhamento político.

A solução seria mesmo a CPMF? Quem é esta tal de CPMF? É a Comissão Provisória sobre Movimentação Financeira, com o objetivo de revitalizar o SUS (Sistema Único de Saúde)?

Sua cobrança, diga-se de passagem, com alto nível de arrecadação, não conseguiu alcançar seu intuito, mesmo após sua extinção ao contrário do que o governo prega, os cofre públicos acumularam ainda mais recursos oriundos do sacrifício popular.

Logo, as arrecadações de impostos só aumentam enquanto na contramão a qualidade da saúde no Brasil diminui.

Por conseqüência, o câncer tem ceifado e ceifará de forma assustadora as vidas de muitos dos nossos brasileiros se nada for feito. Está mais do que na hora do governo se posicionar e tomar medidas, implantando ações governamentais sérias e eficazes no combate a este mal.

Os municípios devem pensar em modelos consorciados, regionalizar suas ações assim como tem ocorrido em outras esferas administrativas. Dessa forma, buscar parcerias com faculdades, instituições públicas e privadas da área de saúde, saneamento ambiental para um diagnóstico. Eles poderão direcionar melhor os investimentos em equipamentos, profissionais etc.

Isso permitirá a realização de tratamentos, consultas e exames mais simples, até onde se encontra o cidadão, sem que este precise passar por martírios até as unidades de saúde, expondo-se a outras séries de infecções hospitalares.

O que está matando a nossa juventude e a sociedade, em geral, não é apenas a droga do câncer, nem do Crack, mas sim, a droga da falta de profissionais comprometidos, a droga do SUS, a droga da Saúde Pública, a droga da falta de mobilização e informação, a droga de cidadãos acomodados.

Por fim, a pior de todas elas, a droga da corrupção que não permite que os recursos públicos cheguem ao seu destino.

Publicado na Folha de São Paulo

 

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