Por que parou, parou por quê?

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Por José Dílson – euclidesdacunha.com em 16/02/2013.

euclides_01Ao se aproximar o período eleitoral, quando interesses pessoais e políticos diversos são aflorados e quem está no Poder e quer ou pretende continuar no cargo ou até mesmo eleger sucessor, não se mede esforços e nem faltam os “parcos” recursos tão reclamados quando se trata de fazer alguma coisa voltada para a saúde pública, assistência social, esporte e lazer, arte e cultura popular, para atender seus interesses particulares.

Euclides da Cunha vive um desses momentos muito comum que acontecem nas pós-eleições, quando, pensando nos votos os governantes aceleram obras e serviços pelos quatro cantos da cidade, distritos e povoados, para depois do pleito parar tudo e a população ainda inebriada pelas “benfeitorias” alardeadas nos discursos de campanha e nas conversas de rodinhas e resenhas políticas falam de números das pesquisas, cuja metodologia apenas os interessados diretamente têm acesso ao processo.

Ruas asfaltadas, pavimentadas a paralelepípedo, banho de luz, meio-fios e árvores pintadas, equipes de varrição sempre aposta, coleta de lixo rigorosamente dentro dos horários estabelecidos… Animais soltos nas ruas?… Nem pensar.

euclides_06Passado o pleito e a campanha exitosa é comemorada com trio elétrico, churrasco por tudo quanto é lugar do município, festinhas, etc., os políticos desaparecem sob o pretexto de que precisam descansar da “grande batalha” que haviam acabado de participar.

euclides_07Na realidade, quem pode vai curtir em outras plagas e até no estrangeiro. Os mais espertos pensam fórmulas de como agradar aos fiéis escudeiros e militantes interesseiros na escolha dos cargos mais importantes a serem dados àqueles que, na verdade irão apenas, assinar documentos; pois, autonomia nunca terão para solucionar os problemas de suas pastas. Isto no Poder Executivo.

No Poder Legislativo, os mais espertos, raposas velhas como são conhecidos, tratam logo de pensar em ocupar a principal cadeira do Plenário da Câmara Municipal de Vereadores. Consultas aos chefes, quando estes não interferem no processo, o que é muito difícil de não acontecer.

Ai começa as especulações e a correria em busca de apoios negociados até com quem nunca teve afinidade: facilidade, vantagens, etc., são tantas oferecidas que até conseguem o apoio de quem jamais imaginara ter.

E, aqueles que foram excluídos do processo eleitoral pelos eleitores conscientes, talvez, zangados com o resultado negativo obtido nas urnas votam aumentos salariais exorbitantes para prefeito e vereadores novos e recém-eleitos. Essas coisas todas às quais estamos acostumados a ver.

Ao iniciar o novo exercício, muitos gestores reeleitos são acometidos de reversão ao trabalho e toda ênfase dada no exercício anterior sofre solução de continuidade: as ruas ficam esburacadas, o pavimento a paralelepípedo afunda e as pedras se soltam com facilidade causando prejuízo aos proprietários de veículos.

A iluminação pública fica precária, pois lâmpadas queimadas não são substituídas, animais circulam livremente pelas principais praças, ruas e avenidas, verdadeiras matilhas transitam entre homens, mulheres e crianças por toda parte, estradas outrora razoavelmente conservadas são esquecidas e a saúde pública vira um caos.

Funcionários públicos e veículos locados desproporcionalmente são de repente dispensados dos préstimos serviços, com a promessa de no ano seguinte retornar aos seus postos para os quais jamais deveriam estar, pois deveriam ser legitimados por meio de concurso público e não por quem indica.

Muitos até continuam trabalhando voluntariamente na esperança de assim que as contas feitas com gastos exagerados na campanha política possam ser fechadas e assim fugir do crivo da Lei de Responsabilidade Fiscal e das multas que quando aplicadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios, nunca são pagas pelos gestores e co-responsáveis.

Pelo menos não se tem notícia de que o penalizado pagou a multa com o dinheiro do próprio bolso. Aliás, o punido nem gosta de falar sobre o assunto, pois isso vai reforçar que realmente falhas foram cometidas e não é nada bom para sua imagem de pessoa pública.

Euclides da Cunha que nos últimos anos sofreu transformações urbanísticas importantes, agora, passa por momento de maresia sem obras e serviços importantes, com as grandes praças semi-abandonadas, locais onde foram investidos milhares de reais e que deveriam estar em melhor estadão de conservação.

Na Praça Duque de Caxias, principal da cidade, animais se misturam aos pedestres, como mostra a fotografia. Na Av. Ruy Barbosa, em pleno mês de dezembro e em meio à decoração natalina um cavalo pasta no canteiro central, enquanto ovelhas e gado ocupam terrenos baldios em pleno centro da cidade em busca de alimento.

Na Praça da Juventude, um local aprazível do centro da cidade, construído com recursos do Governo Federal que custou aos cofres públicos mais de R$ 1, 300 mi, já se encontra em processo de degradação por falta de manutenção em seus equipamentos: refletores, quadra de esportes, caixas de energia elétrica sem tampas e com a fiação exposta, lâmpadas queimadas, refletores colocados junto ao solo e sem proteção nenhuma sujeito a um curto circuito e choque elétrico.

Na quadra de vôlei, um dos postes precisa passar por uma revisão, pois segundo um dos rapazes que pratica esporte no local, costuma dar choque em quem encosta-se ao equipamento, principalmente, em dia de chuva. Cachorros também costumam deitar-se na areia, onde ficam a se coçar em local, onde muitas crianças também costumam brincar. O risco de contrair calazar ou doenças transmitidas pelo carrapato e pulga é iminente.

Outra coisa degradante que chamou a atenção deste repórter foi a parede que dá para o fundo das casas da Rua Elson Torres de Aquino, usada por pessoas inescrupulosas como sanitário para fazer necessidades fisiológicas.

Ruas intransitáveis por causa dos paralelepípedos soltos, a exemplo da Rua José Lopes de Moura, Pedro Agres de Carvalho, em vários pontos, Rua Benjamin Constant onde uma vala tem causado prejuízo aos proprietários de veículos que desconhecem a profundidade e ao caírem quebram a chapa de proteção do motor, como já aconteceu com este repórter.

Em quase toda a acidade, os buracos se multiplicam e os prejuízos também para os cidadãos e para o tesouro municipal que, quando conserta o local o faz de maneira paliativa e o problema em pouco tempo volta a se repetir.

Poderíamos enumerar mais e mais buracos espalhados por toda a cidade. Mas, esperemos que as autoridades responsáveis adotem as providências necessárias e urgentes na solução desses problemas que, com certeza, crescerão mais e mais se não forem estancados e sairão muito mais caros para os cofres públicos.

Para uma cidade que teve muitas obras e serviços executados, outros em execução e até paralisados não se sabe o por quê. Agora, vive momentos de total paralisia administrativa.
Então, por que parou, parou por quê?

Matéria e fotos do: www.euclidesdacunha.com

 

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