Preço do feijão dispara 54% no ano e vira motivo de piada: ‘comida de rico’

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O preço do feijão disparou nos últimos meses, pesando no bolso do brasileiro e “ameaçando” o sucesso do tradicional prato feito. O principal motivo é o clima, que prejudicou a produção.

O feijão carioca, por exemplo, ficou 54,1% mais caro de janeiro até meados de junho, segundo a prévia da inflação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (21).

Não é só o carioquinha que subiu neste ano: também ficaram mais caras outras variedades, como o mulatinho (+49,42%), o preto (+21,36%) e o fradinho (+19,49%).

Alguns internautas reagiram com bom humor à escalada dos preços, postando piadas e memes nas redes sociais.

A culpa é do clima

O que fez o feijão subir tanto? Chuva demais e chuva de menos. O clima prejudicou duas safras seguidas, sobretudo no Paraná, principal produtor do país.

A primeira safra, que chegou ao mercado em março e abril, sofreu com o excesso de chuvas na região durante o plantio, no ano passado.

“A produção caiu em 100 mil toneladas”, disse o técnico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) João Figueiredo Ruas.

“Teve muito feijão de péssima qualidade que nem chegou a ser comercializado para consumo humano, virou ração animal.”

A segunda safra, que foi para as gôndolas dos supermercados em maio e junho, sofreu o problema oposto: a falta de chuvas. A seca que atingiu principalmente o Paraná, mas também outros produtores, como o Mato Grosso, fez a safra de feijão cair 150 mil toneladas, de acordo com Ruas.

Com menos feijão no mercado, o preço subiu.

Preço vai cair?

O preço da próxima safra que chega às prateleiras, em julho, vai começar a cair?

O técnico da Conab afirma que o preço pode cair porque a produção tende a aumentar. Muitos produtores estão expandindo a área plantada justamente para tentar lucrar mais agora que o preço do seu produto está alto.

Por outro lado, alguns fatores podem limitar a produção. Como a lavoura dessa época do ano é irrigada, ela depende da captação de água dos rios, que estão com nível baixo, segundo Ruas.

Além disso, é um período típico de proliferação da mosca branca, uma praga que pode comprometer parte das lavouras de feijão.

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