Preços de alimentos disparam, e governo diz que não vai intervir

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O presidente Jair Bolsonaro fez novo apelo aos donos de supermercados — o segundo em uma semana — para diminuir o preço dos alimentos, que segue em alta valorização nas prateleiras e tem levado à adoção de limites a clientes na compra de produtos básicos.

O governo foi pego de surpresa com a alta dos preços no momento em que se prepara para reduzir à metade o valor do auxílio emergencial. No entanto, o presidente afirmou que não vai intervir. “Ninguém vai usar caneta Bic para tabelar nada, mas estou pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais no supermercado seja próximo de zero”, disse Bolsonaro.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantiu que não haverá desabastecimento. A Associação Brasileira de Procons e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediram ao Ministério da Economia para monitorar as exportações e garantir o abastecimento interno

O que está acontecendo: feijão, arroz, carne, leite e óleo de soja registram aumentos expressivos e devem continuar subindo, já que os preços no atacado ainda estão em alta. Um conjunto de fatores ajuda a explicar a tendência de aumento: dólar alto, consumo maior da China, período de entressafra. Veja a análise de economista da FGV.

Opinião: o caminho do presidente de pedir “patriotismo” aos supermercados não funciona, mas sim a lei da oferta e da procura, afirma a colunista Míriam Leitão. “Em um país que tem sofrido, nesta administração, sérios retrocessos em tantas áreas, só faltava ter que lidar com interferência governamental na formação de preços”.

Podcast: em episódio do “Ao Ponto”, a colunista Flávia Oliveira explica que medidas podem ser adotadas para frear os reajustes.

Fonte : O GLOBO

 

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