Por: João de Tidinha
Em outubro de 2009, exatamente no mesmo ano que a prefeita Fátima Nunes assumiu a gestão do Município, foi lançado com o apoio do Ministério Público (MP), o livro “Árvores para Cidades”, incentivando a arborização nas áreas urbanas, de forma a torná-las mais belas, agradáveis e saudáveis para os moradores.
De autoria da analista pericial do MP, Eloina Matos, e do doutor em Botânica e professor da Universidade de Feira de Santana (Uesf), Luciano Paganucci de Queiroz, o livro é um instrumento do programa. A obra apresenta informações sobre o planejamento, implantação e manejo de árvores em áreas verdes, especialmente nas vias urbanas, além de apresentar um guia de espécies com 120 árvores representativas da caatinga, cerrado e mata atlântica.
Diversas prefeituras, incluídos Euclides da Cunha, receberam a publicação e foram privilegiadas com a exposição fotográfica ‘Árvores para as Cidades’, que também foi exposta no Espaço Cidadania do Ministério Público (foto).
Considerando a atitude atual da perfeita em permitir a derrubada de árvores da cidade, parece que a mesma não compareceu à época ao referido evento nem mandou qualquer representante.
Segundo coordenadora do Ceama, promotora de Justiça Ana Luzia Santana, “na Bahia, o número de pessoas que vivem em ambientes urbanos é de 70%. Em razão disso, a busca pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado deve abranger também os meios urbanos”, Ela salienta que incumbe a todos proteger o meio ambiente, conforme preceituou a Constituição Federal, que comemora 23 anos de promulgação. “Esta publicação deverá auxiliar os gestores municipais nos projetos de arborização urbana, especialmente com espécies nativas”, disse ela.
De acordo com o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto, o livro ‘Árvores para as Cidades’ demonstra a preocupação do Ministério Público com o meio ambiente e chega num momento importante. “Infelizmente vemos que as cidades estão perdendo cada vez mais suas áreas verdes. Parece que, hoje, as árvores são tidas como problemas, por impedir a ‘vista’ dos prédios, por ocuparem os passeios ou porque atrapalham o estacionamento”, afirmou ele.
A prefeita Fátima Nunes deveria saber que as árvores propiciam a diminuição do calor, protegendo da poeira e ventos fortes; contribuem para o controle dos deslizamentos, a redução da poluição atmosférica e de temperatura, características que potencializam a melhoria da qualidade de vida.
Passados 3 anos da sua gestão, se a prefeita tivesse adotado este programa, simples, barato, saudável e ecologicamente correto, a cidade já estaria com outro aspecto. Afirmo isso com conhecimento de causa e prática, pois ao chegar em Euclides da Cunha onde adquiri uma casa no Bairro da Caixa D’Água (abandonado por sinal), a primeira coisa que fiz foi plantar oito mudas de arvores ao redor da casa. Hoje, estas árvores já estão semi-adultas e já oferecem sombra, melhorando o clima, principalmente em época de sol escaldante, que é o mais comum na nossa região.
A cidade de Euclides da Cunha está na “contramão” da maioria das demais cidades baiana, onde o cuidado com a natureza e o meio ambiente é muito grande. Aqui o que estamos presenciando é exatamente ao contrário, onde estão derrubando as poucas árvores existentes na cidade, priorizando o cimento, o concreto e piorando o nosso clima. Opta-se pelo mais caro e o mais agressivo. É muito estranha essa atitude da atual administração e só me resta então pedir: Prefeita, não derrube nossas árvores!
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