Prejuízo da seca chega a R$ 4,6 bi em 2012, aponta Federação na Bahia

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Entidade de agricultura e pecuária apresentou números nesta terça-feira. ‘Semiárido foi a região mais atingida’, ressalta presidente sobre efeitos.

A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) divulgou, na manhã desta terça-feira (28), números referentes a perdas no setor agropecuário em decorrência da estiagem no ano de 2012, no estado. De acordo com o levantamento do órgão, o total das perdas chegou a R$ 4,6 bilhões no ano passado, entre os setores da pecuária, grãos, fruticultura e outras lavouras. De acordo com o órgão, os prejuízos acumulados no ano passado influenciaram na queda de mais de 9% registrada no PIB agrícola do estado.

“O semiárido foi a região mais atingida pela seca, mas também teve repercussão no oeste da Bahia, no extremo sul, e até na região do cacau. Nós acreditamos que em menos de cinco anos não começaremos a ver o efeito da recuperação. Se tudo correr bem, se não tivermos outra grande seca, a recuperação se fará entre cinco e dez anos”, afirmou, em entrevista coletiva, o presidente da Federação, João Martins.

No setor da pecuária, de acordo com a FAEB, a seca representou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão no estado – entre bovinos (R$ 640 milhões), caprinos (109,6 milhões) e produção de leite (352,8 milhões). “Alguns laticínios tiveram que fechar as portas”, afirma Martins sobre os efeitos.

Os dados, ressalta a FAEB, são estimativas que se propõem a retratar a realidade vivenciada por produtores e população dos municípios atingidos pela falta de chuva.

No setor de grãos, o prejuízo chegou a R$ 1,5 bilhão, conforme os dados da FAEB: algodão (R$ 308 milhões); café (R$ 544 milhões); feijão (R$ 357,5 milhões); milho (R$ 230,8 milhões); soja (R$ 106,1 milhões).

Na fruticultura, o prejuízo estimado chega a R$ 1,5 bilhão: abacaxi (R$ 80 milhões); banana (R$ 535 milhões); laranja (R$ 174 milhões); manga (R$ 477 milhões); maracujá (R$ 72 milhões); uva (R$ 200 milhões).

“A cultura que teve a perda mais expressiva foi a fruticultura, por incrível que pareça. A fruticultura é irrigável – principalmente a de uva -, mas o estresse causado pelo calor e insolação fez com que houvesse um aborto das flores da uva, reduzindo a produção e ocasionando perda na qualidade. Fora isso, tivemos perda de 70% no abacaxi”, ressalta Martins.

Em outras lavouras, os dados da Federação apontam prejuízo de R$ 64 milhões na produção de batata; R$ 57,7 na mamona; R$ 133,5 milhões na mandioca; e R$ 181,5 na produção de sisal.

“Para 2013, as expectativas só podem ser feitas depois das chuvas de novembro”, aponta João Martins.

Fonte: G1

 

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