Por; João de Tidinha
O Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) tem uma longa história na política brasileira, mas seu papel no cenário nacional tem mudado nos últimos anos.
Durante o período de 1995 a 2002, quando Fernando Henrique Cardoso foi presidente, o PSDB teve uma presença significativa no cenário político brasileiro. No auge de sua influência, o partido contava com 7 governadores de estado, 99 deputados federais e16 senadores.
Atualmente, o PSDB enfrenta desafios significativos, incluindo a perda de protagonismo para outros partidos e movimentos políticos. O partido, que já foi uma força dominante na política brasileira, agora tem a menor representação no Congresso de sua história, com apenas 14 deputados federais e dois senadores.
Além disso, o PSDB perdeu espaço em estados importantes como São Paulo e Minas Gerais. Atualmente, salvo engano tem dois governadores de estado.
O PSDB tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos, incluindo perda de relevância e apoio eleitoral. Muitos analistas políticos discutem se o partido está em declínio terminal.
E o que foi feito do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que posteriormente se tornou PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e depois voltou a ser MDB, que teve um papel crucial no movimento das Diretas JÁ, com Ulisses Guimarães e Mário Covas, figuras extremamente importantes no partido e na história política do Brasil. Hoje um partido com uma postura pragmática, priorizando a participação no governo independentemente de quem seja o governo, logo que tenha sua parte no bolo.
Poderia citar também, o PFL o PTB e tantos outros que ficaram no meio do caminho e se transformaram em outras siglas ao sabor das conveniências e do poder vigente.
E o PT, que foi criado em 1980 como um partido de centro-esquerda à esquerda, com uma ideologia baseada na social-democracia, com conteúdo programático bem definido em defesa da classe trabalhadora, hoje se confunde com o Lulismo. Fenômeno político e social centrado na figura de Luiz Inácio Lula da Silva, que transcende o próprio partido. É caracterizado pelo carisma pessoal de Lula e sua capacidade de mobilizar apoio popular, especialmente entre as classes mais pobres e trabalhadoras. Esse fenômeno se baseia em uma identificação direta com Lula, muitas vezes independente das políticas ou ideologias do PT. O lulismo é mais uma forma de personalismo político centrado em Lula, que pode existir independentemente do partido.
De fato, o cenário político realmente mudou bastante com a chegada de novas gerações e o avanço das redes sociais. A capacidade de mobilização e a forma como as informações são disseminadas hoje são bem diferentes de algumas décadas atrás.
A nova geração tem valores e prioridades diferentes, e muitas vezes busca partidos e líderes que se alinhem mais com suas visões de mundo. Além disso, a saturação de escândalos de corrupção pode ter levado a uma certa apatia ou resignação em parte da população, o que também impacta a dinâmica política.
A falta de credibilidade e a desilusão com os partidos tradicionais são sentimentos comuns entre muitos eleitores hoje em dia. A busca por novas lideranças e movimentos que possam trazer uma renovação política é um desafio constante. Aliás, a população não dá muita importância a partidos e sim a nomes, onde os eleitores se identificam mais com indivíduos do que com partidos. A personalização é uma tendência crescente.
A ênfase em nomes individuais pode levar a uma política mais personalista, onde as decisões e direções políticas dependem muito de uma única pessoa, o que pode ser arriscado. Isso pode enfraquecer a estrutura partidária e a continuidade de políticas públicas a longo prazo.
Além disso, a falta de um partido forte pode dificultar a implementação de políticas consistentes e a formação de coalizões necessárias para governar de forma eficaz. A política baseada em indivíduos pode também aumentar a polarização e a instabilidade.
E concluindo, vejo o cenário político atual no Brasil, instável e marcado por uma série de desafios que, de certa forma, corroboram com a percepção de falta de identidade política, prevalecendo os interesses de grupos em detrimento ao bem comum e ao coletivo.
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