Por Amanda Almeida e Júnia Gama
Sem se entender sobre a própria posição na eleição para a Presidência do Senado, o PT liberou a bancada para votar no peemedebista Eunício Oliveira. Mesmo sem formalizar um apoio a ele, indicaram composição com o PMDB ao enviar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), na manhã desta quarta-feira (1º/2), indicação para que José Pimentel (CE) seja eleito primeiro secretário do Senado pela chapa de Eunício.
Os petistas passaram os últimos dias tentando fechar um acordo sobre a posição na eleição do Senado. Parte da bancada defendeu a composição com Eunício como forma de assegurar um espaço na Mesa Diretora e o comando de comissões permanentes. Era a posição do líder Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC) e José Pimentel. Eles dizem que não é um acordo com “golpista”, mas apenas a segurança de que o critério de proporcionalidade, previsto pelas regras da Casa, seria respeitado.
Por essa regra, os espaços de poder do Senado são distribuídos de acordo com o tamanho das bancadas. Assim, o PT, com 10 senadores, tem direito à quarta indicação para um lugar na Mesa e consegue fazer uma indicação para a Primeira Secretaria.
Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR) batem o pé de que, articular essa composição com Eunício, é fazer um “acordo com golpista”. Defenderam que a bancada se posicionasse claramente contra o peemedebista, como uma reação ao impeachment da ex-presidente Dilma. Eles e Fátima Bezerra (RN) foram votos vencidos na bancada, que, por 7 x 3, decidiu liberar os senadores e, na prática, compor com Eunício. O trio lançou nota depois da derrota. “Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os senadores a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço”, dizem os três senadores.
Na Câmara, prevaleceu o discurso contra o “golpe”. A bancada decidiu apoiar André Figueiredo (PDT-CE), candidato de oposição ao governo Temer. A escolha também não foi fácil. Os petistas chegaram a articular com Rodrigo Maia (DEM), para também assegurar lugar na Mesa da Câmara. Mas, diante da pressão, acabou fechando com André. (O GLOBO)
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