Renovar é preciso

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No dia 20 de junho passado, Ricardo Teixeira fez 63 anos, idade emblemática para ele, visto que exatamente o último terço dela foi vivido à frente da presidência da galinha dos ovos de ouro chamada CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A eleição de um operário para presidente do Brasil, os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, a expansão da rede mundial de computadores, a ascensão do primeiro negro ao poder nos Estados Unidos.

O País e o mundo deram voltas enquanto Teixeira reina impávido há 21anos no futebol brasileiro.

Do alto de seu quinto mandato, o dirigente olha para trás e se orgulha do tetra de 1994 e do penta de 2002, mas o fato é que tais conquistas se apequenam diante da situação pré-falimentar vivida por grande parte dos clubes brasileiros, Bahia e Vitória incluídos, diferentemente da CBF, que só de cotas de patrocínio arrecada R$ 220 milhões anualmente e proporciona a seu presidente voar em um jatinho particular comprado por US$ 10 milhões.

A falta de uma política séria para o desenvolvimento e fortalecimento do futebol nacional contribuiu para o desenfreado êxodo de jogadores para o exterior.

Foram 136 transferências internacionais em 1989 contra 1.176 em 2008. Com a debandada, a 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro, a maior competição do País, tem a participação dos poucos bons atletas que sobraram por aqui, o que diminui os atributos técnicos da competição e a desqualifica.

Depois de demitir o técnico Dunga pela internet e falar do fracasso brasileiro na Copa do Mundo da África do Sul, Teixeira, cujo projeto de poder é viabilizado por acertos com presidentes de clubes, federações estaduais e, principalmente, congressistas que o salvaram de duas CPIs, disse que a Seleção será renovada para a Copa 2014, no País. A esta altura e ante o fracasso na Copa da África do Sul, resta uma conclusão cabal: a cogitada renovação deveria começar pelo próprio posto de presidente da CBF.

Editorial de ATARDE – Edição de 08/07/2010

 

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