Reta chegada da campanha baiana e onças em cacimbas, por Tasso Franco.

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1. A partir desta segunda feira, 27, inicia-se a reta de chegada da campanha eleitoral. As pesquisas apontam uma possível vitória do governador Wagner à reeleição em 1º turno, obervando-se que pontua com 52% no Ibope; 48% no DataFolha; e 46% no Vox Populi.

2. Mas, não parece uma situação tranqüila como há 15 dias, pois seu adversário do DEM se estabilizou (Paulo Souto) e os demais crescem (casos de Geddel, Bassuma e Marcos Medes) e não se tem uma posição de absoluta tranquilidade como acontecem em Pernambuco e Rio de Janeiro, onde os governadores Eduardo Campos e Sérgio Cabral estão com passaportes já garantidos.

3. O governador vinha num crescendo paulatino desde o início da segunda fase da campanha, a partir de 17 de agosto, essa tendência ainda se observa no Ibope (de 49% para 52%), porém houve registros de quedas no Vox e no DataFolha, esta última, a mais expressiva, de 53% para 48%.

4. Poderia até ser uma acomodação. No entanto, como Geddel está em curva ascendente e Souto parou de cair (e até retoma 21% no DataFolha), ainda é cedo para se dizer que o pleito para governador está sacramentado.

5. Há folga, sem dúvida. No melhor cenário, a oposição ao governador chega a 37% das intenções de votos, no DataFolha, com uma diferença de 11% (Wagner tem 48%) favorável ao candidato do PT. Existem 10% de indecisivos. A tendência histórica é de que a maior fatia dessa turma vai para o candidato que está na dianteira. Como Wagner amarrou o pé nessa faixa de 46% a 52%, não deslanchou para a marca dos 60%, sempre fica a dúvida.

6. Geddel atingiu sua melhor marca na última sexta-feira, 24, no Ibope/TV Bahia, com 15% o que aproxima de algo em torno de 18% a 20% de votos válidos. Sua campanha está mais vibrante e estruturada do que a de Souto. A maioria dos prefeitos do PMDB se mantém fiel à sua candidatura e seu discurso está encaixando no interior. Sofre bastante com a baixa da ingratidão do prefeito João Henrique, na capital, e da modesta penetração na RMS, onde se concentram 20% do eleitorado.

7. Além de Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari importantes colégios estão mais para Wagner. Em Lauro, as duas maiores lideranças, a prefeita Moema Gramacho (PT) e o deputado João Leão estão com Wagner. O deputado Roberto Muniz é o suplente de senador de Walter Pinheiro. O ex-prefeito Marcelo Abreu está com ACM Neto e Maria Luiza. Em Camaçari, o prefeito Luiz Caetano; e em Simões Filho, o prefeito Eduardo Alencar (irmão de Otto Alencar) estão com Wagner.

8. Em Candeias, governada pelo PMDB, a prefeita Maria Maia enfrenta problemas de gestão e pagamento de servidores. Em Madre de Deus, outro reduto do PMDB, a prefeita Eranita Oliveira foi afastada do cargo pelo TRE.

9. Creio que nas grandes cidades estão os maiores problemas para Geddel e Souto, isso apontam as pesquisas. Feira é emblemático. O prefeito Tarcízio Pimenta (DEM) se mantém fiel a Souto e José Ronaldo. O deputado Fernando Torres, idem. A eposa do prefeito, Graça Pimenta, é candidata a deputada pelo PR e alinha-se com Geddel e César Borges. O deputado Colbert Martins é Geddel e César. O senador João Durval e os deputados Sérgio Carneiro e Zé Neto são Wagner e a chapa Lídice e Pinheiro.

10. Na eleição para as duas vagas para o Senado a situação é ainda imprevisível. Ibope aponta Pinheiro e Lídice na frente; DataFolha aponta César Borges e Lídice; e Vox aponta César Borges e Pinheiro. Ainda existe uma margem de crescimento para Wagner. Se isso acontecer, emplacará Pinheiro e Lídice. A questão é que Geddel também cresce e embala a campanha Borges.

11. Uma coisa curiosa que está acontecendo na campanha da Bahia nessa reta de chegada é que não se sintoniza com a campanha nacional, salvo Wagner, que mantém o bordão do time de Lula. Mais até do que do time de Lula/Dilma. O PSDB já desgarrou de Souto faz é tempo. Ninguém fala mais em José Serra na Bahia na campanha de Souto.

12. Diz-se que, mesmo em redutos do PSDB, caso de Teixeira de Freitas, os tucanos também não citam Serra. Dilma/Lula afastou-se de Geddel e César Borges. E Bassuma não consegue se apropriar do crescimento de Marina. Estima-se que Marina, pelo andar da carruagem, pode levar a eleição nacional a um segundo turno e passar dos 25% dos votos válidos. Duvida-se que Bassuma atinga 5% na Bahia.

13. Há sinais, como aconteceu em Santaluz, de que o PMBD baiano pode surfar na “onda” Marina nesta reta final da campanha. Abandonados por Dilma/Lula partidários do PMDB falaram no nome de Marina em palanque e tendências em reta de chegada são sempre surpreendentes.

14. Chegou, portanto, a hora da onça beber água. Onça com sede bebe água em diferentes cacimbas. A campanha da Bahia está assim: um samba de crioulo doido e muitas cacimbas.

Fonte: Bahia Já

 

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