SALVAÇÃO CONTRA ELEIÇÃO

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Por: Carlos Chagas

O reinício dos trabalhos do Congresso, segunda-feira,  faz prever mais do que tertúlias, senão embates virulentos das tribunas do Senado e da Câmara. O PSDB e penduricalhos da oposição concluíram, durante o recesso, pela necessidade de recuperar o tempo perdido, ou seja, aproveitar os escândalos que a cada dia mais expõem as entranhas do PT e do governo para vibrar golpes definitivos nos companheiros e nos detentores do poder. Aguarda-se para a semana contundente pronunciamento de análise da conjuntura pelo senador Aécio Neves. O Lula não será poupado, assim como outros companheiros e alguns ministros. Sem esquecer Madame, mesmo por motivos alheios à corrupção. Certamente por conta da inoperância administrativa.

Para os tucanos, 2018 se resolverá em 2016,ou seja, vai recrudescer a tentativa do   impeachment da presidente, mais pelo conjunto da obra do que pelas acusações de pedaladas orçamentárias. Quer o PSDB liderar um movimento  nacional capaz de demonstrar que o país se esfacelará caso Dilma e o PT continuem no comando até o termino do atual mandato presidencial.

Da roubalheira que vai sendo comprovada sempre com maiores evidências até o desemprego em massa, o aumento de impostos, taxas e tarifas, a elevação  do custo de vida e a  débâcle da atividade econômica, tentarão os adversários do governo que o país logo  se tornará inviável. Foram reeleitos ano passado, é verdade, mas acima da eleição está a salvação. A sobrevivência das instituições.

Embarcado no mesmo projeto está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda há dias reforçado pela decisão do Supremo Tribunal Federal de não afastá-lo da função, conforme pretendia o Procurador Geral da República.  Quanto ao Senado, parece mais débil o apoio do presidente Renan Calheiros, informado de que a Operação Lava Jato  vai estreitando o círculo, além de parte da bancada do PMDB dê a impressão de estar saltando de banda.

Em suma, ou o  governo  e o PT mudam de postura e partem da defesa para o  ataque ou poderão estar assinando sua sentença de morte. Faltava um componente nessa equação, agora não falta mais: as manifestações populares de inconformismo, estimuladas pelo aumentos  no preço dos  transportes coletivos.

Vale repetir que a temperatura elevou-se durante as férias parlamentares,  e Suas Excelências não poderão deixar de refletir o que julgam ser a voz das ruas. As sucessivas denúncias  do  envolvimento de líderes petistas de primeira  grandeza na lambança que a Polícia Federal e o Ministério Público investigam,  atingem agora o próprio ex-presidente Lula.

Voltavam-se ontem as atenções para o depoimento que o ex-ministro José Dirceu prestará hoje diante do juiz Sergio Moro. Mesmo disposto a não se transformar em delator,  ele será capaz de tornar mais amargas as agruras do grupo que um dia mandou no Brasil. (publicado no diariodopoder)

 

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