Não podia mesmo durar muito tempo qualquer “acordo” (não acredito que tenha sequer existido tal entendimento) de não agressão entre os pré-candidatos do DEM, Paulo Souto, e do PMDB, Geddel Vieira Lima, na atual campanha eleitoral, porque em política dois mais dois podem não ser quatro e comportamento e resultados não são regidos pela matemática.
Explico: o que Geddel Vieira Lima teria a ganhar, preservando Paulo Souto e atacando somente o governador Jaques Wagner e sua administração? Em termos políticos, o resultado deste comportamento poderia ser, caso a tática obtivesse completo sucesso, uma queda do governador em termos eleitorais. Mas quem garante que o beneficiário seria Geddel, que está em terceiro lugar nas pesquisas, e não Paulo Souto, que está em segundo lugar e, teoricamente, mais próximo de alcançar o líder?
Na situação em que se encontra, qual a única opção tática do candidato peemedebista? Apresentar-se como alternativa aos outros dois principais concorrentes, na tentativa de acolher os insatisfeitos com “aquele que está fazendo” (Jaques Wagner) e com “aquele que já fez” (Paulo Souto). Ou seja, apresentar-se como “aquele que pode fazer” e, evidentemente, convencer o eleitorado que é ser melhor que os dois.
Assim, nada mais natural que Geddel tenha começado a lançar farpas também contra Paulo Souto, aproveitando-se do fato de ele ter sido governador do Estado por duas vezes e ter integrado o grupo político que comandou a administração estadual durante 16 anos consecutivos (de 1990 a 2006). Fiel ao seu estilo, o pré-candidato peemedebista atacou na base da ironia:“Eu estou achando estranho este furor de Paulo Souto para falar de segurança pública. Teve oito anos para fazer tudo que está criticando agora”.
Foi rebatido, de pronto, pelo deputado federal ACM Neto (DEM), ponta de lança da candidata de Souto, que o acusou de estar atacando Paulo Souto somente pelo crescimento que este teve nas intenções de votos pesquisadas pelo Instituto Vox Populi.
E, desta forma, inauguramos uma nova fase desta campanha, na qual o eleitor descobrirá que não são dois contra um, mas três (além de Luiz Bassuma, do PV e Marcos Mendes do PSOL) brigando entre si, embora com lutas diferentes. Geddel irá caminhar junto com Paulo Souto nos ataques ao governo, mas procurando deixar claro que segue uma trilha diferente, e, possivelmente fazendo, volta e meia, um ataque lateral como fez esta semana.
Quanto às rusgas que sobrarem desses ataques, elas serão resolvidas após o primeiro turno da eleição.
Análise do Comentarista Paixão Barbosa – ATARDE ON LINE
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