Por Patrícia Conceição
O chefe estadual da Casa Civil, Rui Costa (PT), classificou como “muito dramática” a situação da seca na Bahia, onde 200 municípios decretaram estado de emergência e 84 cidades encontram-se em situação de pré-colapso de abastecimento. Diante do panorama crítico, Costa pediu à população para redobrar os cuidados no uso da água, tema de uma campanha que será lançada pelo governo baiano nos próximos dias. “Nunca é demais pedir a todos, seja em Salvador ou em qualquer região do estado, que use mais do que nunca a água de forma racional. Precisamos poupar porque estamos enfrentando uma estiagem muito prolongada”, apelou nesta segunda-feira (16), em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, da Rede Tudo FM 102.5. O problema, que atinge principalmente a região da Chapada e do semiárido baiano, também pode chegar à capital, abastecida pelo Rio Paraguaçu e pela barragem da Pedra do Cavalo, onde a geração de energia pode ser suspensa para evitar o risco de desabastecimento na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Durante o bate-papo com o jornalista Samuel Celestino, o secretário elencou algumas medidas tomadas pelo governo para evitar o agravamento da situação, entre elas a contratação de carros-pipa, a distribuição de alimentos e 130 mil cestas básicas, a inauguração de poços artesianos para fornecimento de água para animais, a instalação de cisternas de plástico, além da realização de obras de infraestrutura hídrica, através da assinatura de convênio com o governo federal para instalação de 230 sistemas simplificados. Já nas regiões de Irecê e Guanambi serão necessárias “obras mais pesadas, estruturantes”, segundo Costa, para que os municípios passem a contar com a água do Rio São Francisco. Em Irecê, por exemplo, a barragem conta com apenas 8% do reservatório e foi preciso cortar a água para irrigação. O mesmo ocorre em Vitória da Conquista, onde a retirada de água dos mananciais para agricultura e irrigação foi interrompida “devido ao nível muito baixo dos reservatórios”. Apesar dos esforços, o chefe da Casa Civil admite que as medidas de combate à seca e as articulações do governador Jaques Wagner para conseguir novos recursos do governo federal não solucionam o problema. “As medidas do governo fazem apenas amenizar, mas só uma chuva mais forte pode, de fato, resolver o problema a curto prazo”, concluiu.
Fonte:BN
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