Por: Reinaldo Azevedo
Publicada: 20/07/2018 – 7:50
O sucesso da empreitada de Ciro depende, em grande parte, do que fará o PT. Fosse outro partido, a lógica elementar estaria a indicar ser o pedetista a melhor e mais provável alternativa para as esquerdas, já que o principal líder político desse lado do ringue está preso e não será candidato. Mas, como o mensalão e o petrolão deixaram claro, o PT divide com mais facilidade a propina do que o poder. A candidatura do ex-presidente será levada até a undécima hora, e aí se vai apostar tudo na capacidade que tem o líder de transferir votos. Não se manifestando antes, depois de provocada, a Justiça Eleitoral, isso só se dará em 17 de setembro, a parcos 20 dias da eleição.
O petismo, claro!, há muito aderiu à política de alianças. Está muito distante do partido que gritava “terra, trabalho e liberdade”, não juntava com ninguém nem dava ou aceitava apoios de “forças burguesas”. Para lembrar: o partido rejeitou, na prática, em 1989, o apoio de ninguém menos do que Ulysses Guimarães. E notem: tanto o PT como Ciro disputam o apoio do PSB e do PCdoB. Nos dois casos, para ter uma gleba do horário eleitoral, que ficará muito distante do latifúndio de Alckmin.
No PT, não são poucos os que avaliam que o próprio Lula e aqueles que lhe dão suporte dentro do partido estão entregando, para ficar nos termos dos companheiros, “o poder de bandeja para a direita”. Afinal, uma coisa é brincar de “Lula candidato” quando, no terreno adversário, só se veem fraqueza e fragmentação. Outra, distinta, é alimentar a fantasia quando o oponente se estrutura para a batalha.
Fonte: Rede TV News
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